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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mudando o default da liturgia – #Liturgia2.0


Por Marcos Botelho
Se você leu o título, provavelmente você deve estar se perguntando: O que édefault?
É um palavra gringa muito usada por quem mexe em programa de computador. É um padrão pré-programado fora da intervenção do usuário, refere-se a uma configuração ou valor automaticamente atribuído.
Quando você aperta o start no seu computador o default vai fazer o seu Windows ou IOS abrir todos os programas e deixar você na tela principal para mexer no computador.
Se você não quer que o programa faça o seu default, você tem que intencionalmente apertar o escape e programar passo a passo o que você realmente quer fazer.
Trazendo esse conceito para a igreja, quando nossa tradição perde o sentido, mas continuamos repetindo toda semana a mesma coisa, muito provavelmente é porque ela entrou no default.
Aqui na minha igreja, desde que começamos o trabalho com adolescentes, separávamos um tempo para a oração com os pedidos e agradecimentos. Alguém ia lá na frente e perguntava: Quais são os agradecimentos da semana?
E assim a galera ia falando de seus agradecimentos e pedidos e alguém no final orava por cada um deles.
Ao longo desses últimos anos, passamos de um grupo de 20 adolescentes para um grupo de 100 e logo percebemos que a liturgia que estávamos fazendo para conduzir os adolescentes à oração não estava mais gerando o resultado que queríamos.
Como havia muitos adolescentes na reunião, a grande maioria não falava os seus pedidos e agradecimentos, apenas uns gatos pingados faziam e geralmente os mesmos. E por fim acabávamos fazendo uma oração geralzona porque o orador não se lembrava de todos que falaram.
Logo sentei com os responsáveis pela liturgia e conversamos sobre esse problema. Todos nós concordamos que precisava mudar e, logo levantamos vários jeitos de fazer esse momento de oração ser mais eficiente, pedagógico e atrativo.
Começamos bem com várias ideias boas e novas, varal de oração, bilhetes, pequenos grupos, sala de oração, oração individual, oração em dupla, etc.
Mas o problema que enfrentamos, e que a maioria das igrejas enfrentam, é que não tem como uma igreja ou liturgia viver de novidades. Uma hora as novidades acabam, ou não conseguimos preparar nada novo, ou o responsável faltou e ai invariavelmente caímos no default litúrgico.
Quando vi, estávamos fazendo exatamente igual a antes. Mesmo tendo identificado o problema, falado com a liderança e pensado em varia soluções, inevitavelmente voltávamos ao que fazíamos anos atrás.
Aprendi que se queremos uma liturgia bíblica, mas que também faça sentido para quem participa,  pedagógica e agradável, temos que mudar o default litúrgico e não ficar correndo atrás de novidades.
Temos que repensar a liturgia, escrever uma que seja coerente com o que cremos da bíblia e eficiente nos propósitos da igreja, para então reunirmos todos os líderes e responsáveis pelo culto e transformá-la no default daquele grupo.
Você deve fazer essa pergunta para a sua equipe: Quando não tivermos conversado nada durante a semana, não tivermos pensado em nada novo e criativo, como vai acontecer o culto aqui na igreja?
Esta resposta tem que ser a liturgia que vocês já pensaram como grupo e investiram como a liturgia default, e não a que tradicionalmente a sua igreja fazia quando ela era totalmente diferente do que é agora.
Para termos uma liturgia 2.0 não podemos ficar correndo atrás de coisas novas, temos que mudá-la pela raiz, mudar o default dos nossos ministérios, o default de nossas igrejas.

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