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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Nisto Pensai




Por - John Owen ( 1616-1683 )

Estejamos absolutamente certos de que essa glória de Cristo em Suas naturezas divina e humana é o melhor, o mais nobre e o mais útil objeto em que podemos pensar. O apóstolo Paulo afirma que todas as outras coisas são apenas perda e quando comparadas com ela, como estéreo (Filipenses 3:8-10). As Escrituras falam da estultícia das pessoas em gastar "...o dinheiro naquilo que não é pão, e o produto do seu trabalho naquilo que não pode satisfazer" (Isaías 55:2). Eles fixam seus pensamentos em seus prazeres pecaminosos, e se recusam de olhar para a glória de Cristo. Alguns chegam a ter pensamentos mais elevados sobre as obras da criação de Deus e de Sua providência, mas não há glória nessas coisas que se possa comparar com a glória das duas naturezas de Cristo. No Salmo oito, Davi está meditando na grandeza das obras de Deus.
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Isto o faz pensar na pobre e fraca natureza do homem, que parece como nada se comparada àquelas glórias. Então ele começa a admirar a sabedoria, amor e bondade de Deus por exaltar acima de todas as obras da criação a nossa natureza humana que estava em Jesus Cristo. O autor sagrado explica isto em Hebreus 2:5-6.
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Como são agradáveis e desejáveis as coisas deste mundo — esposa, filhos, amigos, posses, poder e honra! Mas a pessoa que tem todas estas coisas e também o conhecimento da glória de Cristo dirá: "A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti" (Salmo 73:25) pois "Quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos dos poderosos?" (Salmo 89:6). Apenas uma olhada na gloriosa beleza de Cristo é suficiente para vencer e capturar os nossos corações. Se não estamos olhando com freqüência para Ele, refletindo sobre a Sua glória, é porque as nossas mentes estão muito cheias de pensamentos terrenos. Desta forma, não estamos nos apossando da promessa de que nossos olhos verão o Rei em Sua beleza.
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Uma das atividades da fé consiste em examinar as Escrituras, porque elas declaram a verdade sobre Cristo (veja João 5:39). Vamos ver a glória de Cristo nas Escrituras de três modos:
i. Por meio de descrições diretas de Sua encarnação e Seu caráter como Deus-homem. Gênesis 3:15; Salmos 2:7-9; 45:2-6; 78:17-18 e 110:1-7; Isaías 6:1-4; 9:6; Zacarias 3:8; João 1:1-3; Filipenses 2:6-8; Hebreus 1:1-3; 2:4-16; Apocalipse 1:17-18.
ii. Mediante numerosas profecias, promessas e outras expressões que nos levam a considerar Sua glória.
iii. Pelos exemplos de adoração divina que Deus instituiu no Velho Testamento e pelo testemunho direto dado a Ele do céu no Novo Testamento. 
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Isaías disse: "Eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo" (Isaías 6:1). Esta visão de Cristo foi tão gloriosa que os serafins (criaturas celestiais que assistem nos céus) tiveram que cobrir as suas faces. Contudo, maior ainda foi a glória revelada abertamente nos dias apostólicos! Pedro nos diz que ele e os outros apóstolos foram testemunhas oculares da majestade do Senhor Jesus Cristo.
"Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, segundo fábulas artificialmente compostas: mas nós mesmos vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me tenho comprazido" (II Pedro 1:16-17). Deveríamos ser como o que procura por todo tipo de pérolas. Quando ele encontra uma de grande preço, vende tudo o que possui para que possa adquiri-la. (Mateus 13:45-46). Cada verdade das Sagradas Escrituras é uma pérola que nos enriquece espiritualmente, mas quando nos deparamos com a glória de Cristo encontramos tanta alegria que nunca mais desejaremos dispor dessa pérola de grande valor.
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O glorioso da Bíblia é que agora ela é a única forma tangível de nos ensinar sobre a glória de Cristo. 3. Devemos meditar freqüentemente sobre o conhecimento da glória de Cristo que obtemos da Bíblia. As nossas mentes devem ser espirituais e santas e libertas de todos os cuidados e afeições terrenos. A pessoa que não medita agora com prazer na glória de Cristo nas Escrituras, não terá nenhum desejo de ver aquela glória nos céus. Que tipo de fé e amor têm as pessoas que acham tempo para meditar sobre muitas outras coisas, mas não têm tempo para meditar neste assunto glorioso?
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Os nossos pensamentos devem se voltar para Cristo sempre que haja uma oportunidade a qualquer hora do dia. Se somos verdadeiros crentes e se a Palavra de Deus está em nossos pensamentos, Cristo está perto de nós (Romanos 10:8). Nós O encontraremos pronto para falar conosco e manter comunhão. Ele diz: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3:20). E verdade que há momentos em que Ele Se retira de nós e não podemos ouvir a Sua voz.
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E quando isso acontece, não podemos ficar contentes. Devemos ser como a noiva no Cântico de Salomão 3:1-4: "De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma: busquei-o, e não o achei. Levantar-me-ei, pois e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei. Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade; eu perguntei-lhes: vistes aquele a quem ama a minha alma? Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma: detive-o, até que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou"..
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A experiência da vida espiritual de um cristão é forte em proporção aos seus pensamentos sobre Cristo que nele habita e seu deleite nEle (Gaiatas 2:20). Se tivermos deixado Cristo ausente de nossas mentes por muito tempo, devemos nos censurar por isso..
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Todos os nossos pensamentos sobre Cristo e Sua glória devem ser acompanhados de admiração, adoração e ações de graças. Somos convidados a amar o Senhor com toda a nossa alma, mente e força (Marcos 12:30). Se somos verdadeiros crentes, a graça de Cristo opera em nossas mentes e almas renovadas e nos ajuda a fazer isso. Na vinda de Cristo como juiz no último dia, os crentes ficarão cheios de um tremendo sentimento de admiração por Sua gloriosa aparência — "...quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem" (II Tessalonicenses 1:10). Essa admiração se transformará em adoração e ações de graças; um exemplo disso é dado em Apocalipse 5:9-13, onde toda a Igreja dos redimidos canta um novo cântico. "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e  para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
 
E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhares de milhares e milhões de milhões, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória e ações de graças. E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre".
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Há algumas pessoas que têm esperança de ser salvos por Cristo e de ver a Sua glória num outro mundo, porém não estão interessados em meditar, pela fé naquela glória neste mundo. Elas são semelhantes a Marta, que estava preocupada com muitas coisas e não com Maria, que escolheu a melhor parte, sentando-se aos pés de Cristo (Lucas 10:38-42). Que tais pessoas tomem muito cuidado para que não negligenciem nem desprezem o que deveriam fazer.
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Alguns dizem que têm o desejo de contemplar a glória de Cristo pela fé, mas quando começam a considerar essa glória, eles acham que é coisa muito elevada e difícil. Eles ficam maravilhados, à semelhança dos discípulos no Monte da Transfiguração. Admito que a fraqueza de nossas mentes e a nossa falta de habilidade para entender bem a eterna glória de Cristo nos impede de manter os nossos pensamentos numa meditação firme e constante por muito tempo. Aqueles que não têm a prática e habilidade de uma santa meditação em geral não terão a capacidade de meditar neste mistério em particular. Mas, mesmo assim, quando a fé não consegue mais manter abertos os olhos do nosso entendimento para refletir sobre o Sol da Justiça brilhando em Sua beleza, pelo menos, pela fé ainda podemos descansar em santa admiração e amor.
Fonte: [ O Calvinismo ]
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Arqueólogos encontram artefato que prova existência da Belém bíblica

Por Dan Martins 



A Autoridade de Antiguidades de Israel anunciou nesta quarta-feira (23) uma descoberta arqueológica que pode comprovar a existência da cidade de Belém citada na Bíblia no Velho Testamento. Até essa descoberta, não havia evidências que comprovassem a existência da cidade, citada na Bíblia como terra natal de Jesus.
A evidência encontrada em Jerusalém, pelos arqueólogos israelenses, é um selo de argila com três linhas de texto em hebraico, que incluem a palavra “Belém”. Essa é a primeira evidência arqueológica da existência de Belém durante o período em que aparece descrito na Bíblia. A peça remete a uma época posterior, a do Primeiro Templo Judeu (1006 – 586 a.C.), citada no Antigo Testamento como parte do reino da Judéia.
O responsável das escavações, Eli Shukron, explicou em comunicado: “É a primeira vez que o nome de Belém aparece fora da Bíblia em uma inscrição do período do Primeiro Templo, o que prova que Belém era uma cidade no reino da Judéia e possivelmente também em períodos anteriores”. De acordo com o Terra, ele acrescentou ainda que “a peça é do grupo dos ‘fiscais’, ou seja, uma espécie de selo administrativo que era usado para carimbar cargas de impostos que se enviavam ao sistema fiscal do reino da Judéia no final dos séculos VII e VIII a.C”.
Belém se localiza ao sul de Jerusalém, no atual território da Cisjordânia.
Fonte: Gospel+

Mudando o default da liturgia – #Liturgia2.0


Por Marcos Botelho
Se você leu o título, provavelmente você deve estar se perguntando: O que édefault?
É um palavra gringa muito usada por quem mexe em programa de computador. É um padrão pré-programado fora da intervenção do usuário, refere-se a uma configuração ou valor automaticamente atribuído.
Quando você aperta o start no seu computador o default vai fazer o seu Windows ou IOS abrir todos os programas e deixar você na tela principal para mexer no computador.
Se você não quer que o programa faça o seu default, você tem que intencionalmente apertar o escape e programar passo a passo o que você realmente quer fazer.
Trazendo esse conceito para a igreja, quando nossa tradição perde o sentido, mas continuamos repetindo toda semana a mesma coisa, muito provavelmente é porque ela entrou no default.
Aqui na minha igreja, desde que começamos o trabalho com adolescentes, separávamos um tempo para a oração com os pedidos e agradecimentos. Alguém ia lá na frente e perguntava: Quais são os agradecimentos da semana?
E assim a galera ia falando de seus agradecimentos e pedidos e alguém no final orava por cada um deles.
Ao longo desses últimos anos, passamos de um grupo de 20 adolescentes para um grupo de 100 e logo percebemos que a liturgia que estávamos fazendo para conduzir os adolescentes à oração não estava mais gerando o resultado que queríamos.
Como havia muitos adolescentes na reunião, a grande maioria não falava os seus pedidos e agradecimentos, apenas uns gatos pingados faziam e geralmente os mesmos. E por fim acabávamos fazendo uma oração geralzona porque o orador não se lembrava de todos que falaram.
Logo sentei com os responsáveis pela liturgia e conversamos sobre esse problema. Todos nós concordamos que precisava mudar e, logo levantamos vários jeitos de fazer esse momento de oração ser mais eficiente, pedagógico e atrativo.
Começamos bem com várias ideias boas e novas, varal de oração, bilhetes, pequenos grupos, sala de oração, oração individual, oração em dupla, etc.
Mas o problema que enfrentamos, e que a maioria das igrejas enfrentam, é que não tem como uma igreja ou liturgia viver de novidades. Uma hora as novidades acabam, ou não conseguimos preparar nada novo, ou o responsável faltou e ai invariavelmente caímos no default litúrgico.
Quando vi, estávamos fazendo exatamente igual a antes. Mesmo tendo identificado o problema, falado com a liderança e pensado em varia soluções, inevitavelmente voltávamos ao que fazíamos anos atrás.
Aprendi que se queremos uma liturgia bíblica, mas que também faça sentido para quem participa,  pedagógica e agradável, temos que mudar o default litúrgico e não ficar correndo atrás de novidades.
Temos que repensar a liturgia, escrever uma que seja coerente com o que cremos da bíblia e eficiente nos propósitos da igreja, para então reunirmos todos os líderes e responsáveis pelo culto e transformá-la no default daquele grupo.
Você deve fazer essa pergunta para a sua equipe: Quando não tivermos conversado nada durante a semana, não tivermos pensado em nada novo e criativo, como vai acontecer o culto aqui na igreja?
Esta resposta tem que ser a liturgia que vocês já pensaram como grupo e investiram como a liturgia default, e não a que tradicionalmente a sua igreja fazia quando ela era totalmente diferente do que é agora.
Para termos uma liturgia 2.0 não podemos ficar correndo atrás de coisas novas, temos que mudá-la pela raiz, mudar o default dos nossos ministérios, o default de nossas igrejas.

As mulheres devem servir como Pastoras?



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As pessoas ocasionalmente perguntam-me se as mulheres devem servir no ministério. Minha resposta é sempre: “Sim, é claro! Todos os crentes são chamados para servir e ministrar uns aos outros.”

Entretanto, eu responderia de maneira diferente se a pergunta fosse mais precisamente assim: “Há ministérios nos quais as mulheres não devem servir?” Eu argumentaria que o Novo Testamento claramente ensina que as mulheres não deveriam servir como pastoras (função à qual o Novo Testamento também faz referências usando as palavras bispos ou anciãos). Fica claro no Novo Testamento que os termos pastor, bispo e ancião referem-se à mesma função (cf. At 20.17, 28; Tt 1.5, 7; 1 Pe 5.1-2) e, no restante deste texto, usarei os termos “ancião” e “pastor” alternadamente para designar essa função.

A proibição de Paulo em 1 Timóteo 2:12

O texto fundamental que estabelece que as mulheres não deveriam servir como anciãs é 1 Timóteo 2.11-15. Lemos no verso 12: “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem” (NVI). Nessa passagem, Paulo proíbe que as mulheres realizem duas atividades que caracterizam o ministério dos anciãos: ensino e exercício de autoridade. Dentre outras partes, vemos isso nos trechos referentes às qualificações para a função: Os anciãos devem ter habilidade para ensinar (1 Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9; cf. At 20.17-34) e para liderar a igreja (1 Tm 3.4-5; 5.17). As mulheres são proibidas de ensinar aos homens e de exercer autoridade sobre eles e, portanto, não devem servir como anciãs.

Essa proibição ainda está em vigor?

Mas, a ordem de que as mulheres não devem ensinar aos homens nem exercer autoridade sobre eles foi planejada para estar em vigor hoje? Muitos argumentam que Paulo proibiu as mulheres de servirem como anciãs porque nos dias dele, as mulheres não recebiam educação e, portanto, eram desprovidas da habilidade de ensinar bem aos homens. Também existe o argumento de que as mulheres eram responsáveis pelo ensino falso que estava preocupando a congregação à qual Paulo escreveu em 1 Timóteo (1 Tm 1.3; 6.3). De acordo com essa leitura, Paulo apoiaria o serviço dessas mulheres como pastoras depois que elas fossem apropriadamente educadas, e se ensinassem sã doutrina.

A proibição está fundamentada na criação, não em circunstâncias.

Essas tentativas de relativizar a proibição de Paulo devem ser julgadas como malsucedidas. Teria sido fácil para Paulo escrever: “Não quero que as mulheres ensinem, nem que exerçam autoridade sobre os homens porque elas não foram educadas”, ou, “Não quero que as mulheres ensinem, nem que exerçam autoridade sobre os homens porque estão espalhando ensino falso”.

Contudo, qual razão Paulo realmente apresenta para a sua ordem no verso 12? A base lógica dele para tal ordem vem no verso seguinte: “Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva” (v. 13). Paulo não diz nada quanto a falta de educação ou quanto a mulheres promulgando ensino falso. Em vez disso, ele refere-se à ordem criada, à boa e perfeita intenção de Deus quando formou os seres humanos. É essencial cuidar para que a referência à criação indique que a ordem de as mulheres não ensinarem nem exercerem autoridade sobre os homens seja uma palavra transcultural, uma proibição ligada à igreja em todas as épocas e em todos os lugares. Ao dar essa ordem, Paulo não remonta à criação caída, às consequências sofridas pela vida humana como um resultado do pecado. Mais propriamente falando, ele fundamenta a proibição em toda a boa criação que existiu antes de o pecado entrar no mundo.

O motivo principal pelo qual as mulheres não deveriam servir como pastoras é comunicado aqui e, assim, o argumento da criação não pode ser rejeitado como limitado culturalmente. Além disso, o Novo Testamento contém muitas referências semelhantes à ordem criada. Por exemplo, o homossexualismo não está em harmonia com a vontade de Deus porque é “contrário à natureza” (Rm 1.26); ou seja, ele viola o que Deus pretendia quando fez seres humanos como homens e mulheres (Gn 1.26-27). Semelhantemente, Jesus ensina que o divórcio não é o ideal divino desde que, na criação, Deus fez um homem e uma mulher, significando que um homem deveria casar-se com uma mulher “até que a morte os separe” (Mt 19.3-12). Assim, também, toda comida deve ser recebida com gratidão desde que é um dom da mão criadora de Deus (1 Tm 4.3-5).

Em 1 Timóteo 2.11-15, Paulo especificamente fundamenta sua proibição de mulheres ensinando e exercendo autoridade na ordem da criação, isto é, que Adão foi criado primeiro e, depois, Eva (Gn 2.4-25). A narrativa em Gênesis é construída cuidadosamente, e Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, nos ajuda a ver o significado de Eva sendo criada depois de Adão. Os críticos ocasionalmente objetam que o argumento não convence desde que os animais foram criados antes dos seres humanos, mas isso falha em compreender o objetivo de Paulo. Só os seres humanos foram criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27) e, portanto, o apóstolo comunica o sentido de Deus criar o homem antes de criar a mulher, isto é, que o homem tem a responsabilidade de liderar.

Em 1 Timóteo 2.14, Paulo apresenta um segundo motivo pelo qual as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os homens: “E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”. O que Paulo pretende dizer aqui provavelmente não é que as mulheres são mais propensas a cometer erros do que os homens, pois em outro trecho as recomendou como professoras de mulheres e crianças (Tt 2.3; 2 Tm 1.5; 3.14-15), o que ele não faria se as mulheres fossem, por natureza, inclinadas ao engano. É possível que Paulo estivesse, mais uma vez, pensando no relato da criação, pois a serpente subverteu a ordem criada ao enganar Eva em vez de Adão (subvertendo, assim, a liderança masculina), ainda que exista evidência de que Adão estava com Eva quando a tentação ocorreu (Gn 3.6). O verso 14 não ensina que as mulheres são desprovidas de educação, porque engano é uma categoria moral, enquanto que falta de educação é remediada com o recebimento de instrução.

O fato de Eva haver sido enganada não pode ser atribuído a fraqueza intelectual, mas sim à rebeldia dela, ao desejo dela de ser independente de Deus. Além disso, a referência a engano aqui não indica que as mulheres de Éfeso tiveram um papel principal na difusão de ensinos falsos, pois os falsos mestres mencionados em 1 Timóteo são homens (1 Tm 1.20). De fato, se as mulheres fossem impedidas de ensinar por serem defensoras de ensinos falsos, teríamos a estranha e muito improvável situação em que todas as cristãs em Éfeso teriam sido enganadas por um falso ensino. Antes, a intenção de Paulo é dizer que o fato de Satanás haver tentado Eva em vez de Adão subverteu a liderança masculina, pois ele enganou e tentou a mulher apesar de Adão estar presente com Eva quando a tentação ocorreu. É verdade que, embora Eva tenha sido enganada antes pela serpente, a principal responsabilidade pelo pecado caiu sobre os ombros de Adão. Isso é evidente em Gênesis 3, pois o Senhor fala primeiro com Adão sobre o pecado do casal, e isso é confirmado por Romanos 5.12-19, onde a pecaminosidade da raça humana é traçada desde Adão e não de Eva.

Resumindo, 1 Timóteo 2.12 proíbe que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre homens na igreja. Essa proibição fundamenta-se na ordem da criação e é confirmada pela inversão de papéis que ocorreu na queda. Essa não é uma proibição limitada cultural ou contextualmente, que não aplica-se mais às igrejas.

O testemunho confirmativo do restante das escrituras

O que aprendemos sobre os papéis dos homens e das mulheres tomando por base a criação dos mesmos

O que vemos a respeito dos papéis dos homens e das mulheres no restante das Escrituras confirma o que lemos em 1 Timóteo 2.11-15. O livro de Gênesis dá seis evidências quanto aos maridos terem a responsabilidade principal da liderança no casamento: 1) Deus criou Adão primeiro e, depois, Eva. 2) Deus deu a Adão, e não a Eva, a ordem de não comerem do fruto da árvore. 3) Adão deu nome à “mulher”, assim como havia dado nome aos animais, indicando a sua autoridade (Gn 2.19-23). 4) Eva foi designada como “auxiliadora” de Adão (Gn 2.18). 5) A serpente enganou Eva e não Adão, subvertendo, assim, a liderança masculina (Gn 3.1-6); e 6) Deus veio primeiro a Adão, não obstante Eva houvesse pecado antes (Gn 3.9; cf. Rm 5.12-19).

O que aprendemos no ensino bíblico a respeito do casamento

O texto de Gênesis que foi mencionado concorda com o que descobrimos sobre casamento no Novo Testamento. Os esposos têm a responsabilidade principal da liderança, e as esposas são chamadas a submeterem-se à liderança de seus esposos (Ef 5.22-33; Cl 3.18-19; 1 Pe 3.1-7). O chamado à submissão para a esposa não está fundamentado em meras normas culturais, pois ela é chamada a submeter-se a seu esposo assim como a igreja é chamada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24). Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e o mistério é que o casamento reflete o relacionamento de Cristo com a igreja. Então, a ordem para que os homens, e não as mulheres, sirvam como pastores concorda com o padrão bíblico de liderança e autoridade masculina dentro do casamento.

É crucial observar que um papel diferente para as mulheres não significa a inferioridade delas. Homens e mulheres foram igualmente criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27). Eles têm igual acesso à salvação em Cristo (Gl 3.28) e, juntos, são herdeiros da grandiosa salvação que é nossa em Jesus Cristo (1 Pe 3.7). Os escritores bíblicos não lançam calúnias sobre a dignidade, inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso ainda mais claramente quando reconhecemos que, assim como Cristo submete-se ao Pai (1 Co 15.28), as esposas devem submeter-se aos seus esposos.

Cristo é igual ao Pai em dignidade e valor e, assim, sua submissão não pode ser compreendida como um indicador de inferioridade.

O que aprendemos em outras passagens sobre mulheres na igreja

1 Timóteo 2.11-15 não é o único texto que requer um papel diferente para homens e mulheres na igreja. Em 1 Coríntios 14.33b-36, Paulo ensina que as mulheres não devem falar na igreja. Essa passagem não proíbe que as mulheres falem absolutamente na assembléia, pois Paulo as encoraja a orarem e profetizarem na igreja (1 Co 11.5). O princípio de 1 Coríntios 14.33b-36 é que as mulheres não deveriam falar de uma maneira segundo a qual se rebelassem contra a liderança masculina ou tomassem sobre si uma autoridade injustificada, e esse princípio está em harmonia com a noção em 1 Timóteo 2.11-15, de que as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os homens.

Outro texto que nos direciona ao mesmo caminho é 1 Coríntios 11.2-16. Já vimos nessa passagem que Paulo permitiu às mulheres orarem e profetizarem na assembléia. É primordial entendermos que profecia não é um dom igual ao do ensino, pois os dons são distintos no Novo Testamento (1 Co 12.28). As mulheres serviram como profetas no Antigo Testamento, mas nunca como sacerdotisas. Semelhantemente, elas serviram como profetas no Novo Testamento, mas nunca como anciãs. Além disso, 1 Coríntios 11.2-16 deixa claro que quando as mulheres profetizassem, elas deveriam adornar-se de uma maneira que demonstrasse submissão à autoridade e liderança masculina (1 Co 11.3). Isso está de acordo com o que vimos em 1 Timóteo 2.11-15. As mulheres não são a liderança reconhecida da congregação e, portanto, não devem servir como professoras e líderes da congregação. O assunto fundamental em 1 Coríntios 11.2-16 não é o adorno das mulheres. Em todo caso, os estudiosos não estão certos de que o adorno descrito representa um véu ou um modo de usar o cabelo preso. Tal adorno era exigido nos dias de Paulo porque significava que as mulheres eram submissas à liderança masculina. Hoje, o modo como uma mulher usa seu cabelo, ou o fato de usar o véu não significa que ela é submissa ou não aos homens na liderança. Assim, deveríamos aplicar o princípio (ainda que não utilizemos a prática cultural específica) ao mundo de hoje: as mulheres deveriam ser submissas à liderança masculina, o que se manifesta em não servir como pastoras e professoras de homens.

Conclusão

As Escrituras claramente ensinam sobre os papéis únicos das mulheres na igreja e no lar. Elas são iguais aos homens em dignidade e valor, entretanto, possuem um papel diferente nesta jornada terrena. Deus deu-lhes muitos dons diferentes com os quais elas podem servir à igreja e ao mundo, mas elas não devem servir como pastoras. O Senhor não deu suas ordens para punir as mulheres, mas para que elas possam servi-lo com alegria, de acordo com a vontade dele.

Sobre o autor: Thomas R. Schreiner é professor de interpretação do Novo Testamento no Seminário Teológico Batista do Sul, em Louisville, Kentucky, onde ocupa a renomada cadeira James Buchanan Harrison. Seu livro mais recente é Run to win the prize: perseverance in the New Testament (Crossway, 2010).

Traduzido por Ana Paula Eusébio Pereira, do original em inglês: May Women Serve as Pastors? Com permissão do ministério 9Marks.
Fonte: [ Editora Fiel ]

O Blog Bereianos recomenda um excelente artigo sobre o tema, publicado na Revista Os Puritanos, clique aqui!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Envie uma carta ou cartão postal para Cristina e seus irmãos


Cristina, de apenas quatro anos de idade, teve os pais e o irmão de 13 anos, assassinados enquanto iam à igreja. Sebastião, o pai de Cristina era presbítero da igreja local, e era tido como um cidadão pacífico e exemplar em sua comunidade
A Portas Abertas está providenciando apoio legal para a família, e as autoridades iniciaram uma investigação para descobrir os assassinos. A Portas Abertas também está providenciando roupas e apoio material e emocional tanto para Cristina quanto para seus irmãos e irmãs que ficaram órfãos.
Um de nossos compromissos com Cristina e sua família é visitá-los e apoiá-los onde for possível. É importante que eles saibam que não estão sozinhos, mas que têm uma grande família que ora por eles e que se importa com a sua situação.
A Portas Abertas os visita todos os sábados para passarmos a manhã juntos, inclusive ministrando um estudo bíblico para a família. Em um desses sábados, nós percebemos que todos na casa estavam em estado de alerta por causa de uma ameaça anônima. Eles encontraram um pedaço de papel pregado no portão da garagem com as seguintes palavras escritas: “Saiam desse estado [Chiapas] ou vocês terão o mesmo fim que seus pais.” Nós estamos pedindo orações pela segurança de Cristina e sua família.
Depois de passarmos a manhã juntos, de lermos a Bíblia e orarmos, eles disseram que haviam recuperado a paz e a esperança. Nós percebemos algumas mudanças em Cristina. É muito bom ver que ela sorri de vez em quando. Ela voltou à pré-escola, está conseguindo conviver com as outras crianças e, aos poucos, retoma sua rotina.
Por favor, envie sua mensagem de incentivo para a Cristina de quatro anos, e para seus irmãos mais velhos (Arnulfo Garcia Perez, José Daniel Garcia Perez, Manuel Garcia Perez, Antônio Garcia Perez, Lucia Garcia Perez), por meio de carta ou cartão postal.
Clique aqui e leia a história de Cristina.
Diretrizes para a escrita
• Não mencione Portas Abertas nas cartas.
• Cartões animados, desenhos de crianças, e cartões postais são a melhor sugestão.
• Imprima a carta ou escreva de forma legível (você pode fazê-lo em espanhol ou inglês).
• Seja positivo, dê uma mensagem breve, mas inclua um ou dois versículos bíblicos.
• Use de sensibilidade ao escrever o cartão ou a carta.
• Escreva seu nome e país, mas não o endereço completo.
• Não mande dinheiro dentro da carta.
Enviar as correspondências em envelopes grandes para:
Portas Abertas Brasil
Caixa Postal 12.655
CEP 04744-970
FontePortas Abertas
TraduçãoJoel Fontenelle Macedo

As 3 pregações das quais estou correndo


Por Marcos Botelho
Não precisa de muito. Depois um certo tempo de igreja, qualquer um começa a ficar especialista nas estruturas das pregações, de tanto ouvi-las. Ouvimos no mínimo uma pregação por semana.
Por outro lado, nós pastores, líderes e pregadores, por causa da rotina eclesiástica temos que preparar duas, três ou até mais pregações durante a semana. Além de ter que estar com a vida santa, ouvir a voz de Deus, escolher o texto certo, pesquisar os comentários e fazer uma exegese básica, precisamos saber comunicar o que entendemos da Palavra.
Não é fácil fazer isso tudo antes de pregar e ao mesmo tempo atender as demandas que o ministério pastoral trás.
Nada pior que sentar por uns 40 minutos para ouvir uma pregação e chegar no final e não ter absorvido quase nada e sentir que esta saindo dali praticamente do mesmo jeito que entrou.
Lógico que pode ser culpa do ouvinte por distração, falta de interesse, falta de ouvidos para ouvir, etc. Mas hoje gostaria de falar sobre três tipos de pregação das quais  eu estou correndo ao preparar, como pregador, e ao ouvir como ovelha.
História sem fim:
Como já falei, devido a correria do ministério e ao acumulo de funções em cima dos pastores, muitas vezes eles não tem tempo de preparar a mensagem como deveriam, e quando isso acontece, geralmente, a pregação vira uma história sem fim.
Como o pregador não tem bem certo aonde ele quer chegar com sua fala, ele nunca chega. Fala, fala, fala e não consegue comunicar a mensagem.
Às vezes chega a ser desesperador, pois a gente vê que ele quer acabar, mas não consegue falar. Com isso fala várias vezes “para acabar”, “finalizando”, mas só quer dizer: Ai, ai, ai ainda não senti que falei o que queria falar.
Temos o mito que quando um pregador demora muito em uma pregação é porque ele tem muito conteúdo para falar. Mas isso não é verdade. Boa parte é simplesmente porque ele não preparou o suficiente.
Quando preparamos uma mensagem, a primeira parte é a coleta de dados históricos, gramaticais, ilustrações, etc. Mas a segunda parte é a eliminação de informações extras e o foco na mensagem principal. Se não temos tempo para essa limpeza, ficamos na primeira parte, com uma história sem fim.
Incógnita e confusa:
Outro problema quando o pregador não tem tempo de preparar é subir no púlpito sem saber a mensagem principal. Então ele vagueia de uma ideia a outra, de um versículo a outro, como uma grande colcha de retalhos.
Sabe qual o problema dessas mensagens? É o mito que carregamos de que se não entendemos nada da mensagem é porque ela foi muito profunda e a culpa foi nossa de não conseguirmos entendê-la.
Confundimos pregações profundas com pregações confusas, e também o contrário é verdade, confundimos pregações claras e de fácil compreensão com pregações rasas e sem conteúdo.
Uma boa pregação precisa ter unção de Deus, exegese, bons exemplos, mas fundamentalmente, uma boa pregação precisa ser clara e bem compreendida.
O Limbo:
A última pregação da qual eu estou correndo e que também é fruto de quem não teve tempo o suficiente para preparar é aquela que começa com qualquer versículo, com qualquer tema, mas depois de 5 minutos cai no limbo repetitivo e igual às outras centenas de pregações que você já ouviu, sem terem sido preparadas.
Esse é um costume muito comum de quem não prepara a mensagem, uma palavra que cai no mesmo limbo todos os domingos e deixa você com a sensação de que está vendo um filme da sessão da tarde, onde o texto e o tema são novos, mas todo o resto é a mesma coisa.
Sei que a mensagem da cruz de Cristo é a mensagem principal e tem que ser repetida para novos e velhos crentes. Não é isso que eu estou chamando de limbo.
Amo ouvir uma boa pregação, onde sou corrigido, doutrinado, desafiado, animado, inspirado e confrontado. Mas as mensagens sem preparo e vazias, estou correndo delas.

Evidências Arqueológicas dos Reinos de Davi e Salomão


O chefe de expedições arqueológicas da Universidade HebraicaYosef Garfinkel, apresentou dois objetos que possam testar a precisão da história do Antigo Testamento sobre os reinos de Davi e Salomão.

A descoberta foi feita durante escavações realizadas pela Universidade do Vale das SombrasEstes são dois recipientes pequenos, um de barro e uma pedra, que tem sido associado a um ritual de território judeu-se no século X aCno tempo do reiDavidOs artefatos apresentados, de acordo com os pesquisadoresuma forte semelhança com os objetos descritos em detalhes no Capítulo 7 do primeiro livro deReis.

As ruínas conhecidas como Kuttamuwa conter restos de uma cidade muradaNesta terra onde as paredes ainda estão de pé três metros de altura, os arqueólogosdescobriram os restos de quase uma centena de casas.

Segundo Garfinkel, Kuttamuwa é a primeira prova da existência de um governo regional durante o tempo de David, dada a grande semelhança da aldeia commodelos arquitetônicos judeus. Esta evidência banir teorias que alguns ficaram para defender o reino de Davi, mas uma área pouco povoada perto de Jerusalém.Segundo alguns estudiosos (conhecido como "minimalista"), há evidências arqueológicas suficiente de um reino tão notória como a Bíblia descreve.

No entanto, outros especialistas, chamados de "maximalista", aceitar a validade dadescrição bíblica, e agora contam com as escavações nesta cidade para provar que o reino de Davi se teria sido tão grande como a Bíblia diz.
Traduzido por Simbolo do Peixe da origem :

Hermenêutica e exegese


Uma das grandes deficiências de muitos crentes e principalmente pregadores é a falta do conhecimento das regras da Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Com isso é comum ouvirmos determinados absurdos, que, muitas vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até mesmo as famosas “heresias de púlpito”.
A hermenêutica que aqui me refiro é a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. As pessoas pensam que basta apenas ler a Bíblia e o Espírito Santo faz o restante. Sim, é claro que o Espírito Santo age no momento em que lemos a Bíblia. Ele nos dá a iluminação dos textos, mas o Espírito acaba encontrando limites para atuar de forma mais abrangente, pois encontra na vida de muitos cristãos o comodismo na busca do crescimento no conhecimento da Bíblia, entre eles a forma correta de interpretar as Sagradas Escrituras.
Na sua origem e raiz encontramos três tipos de hermenêutica que nasceram da tradição de leitura e interpretação de diferentes corpos textuais: Hermenêutica jurídica, filológica e teológica. A abrangência da disciplina alcança diferentes escalas, mas em todas as abordagens a hermenêutica possui as mesmas características de ação.
1. A Hermenêutica Jurídica
O Dr. Paulo Fernandes Trindade define a Hermenêutica Jurídica como “a técnica específica que visa compreender a aplicabilidade de um texto legal”. A Hermenêutica Jurídica possui também alguns métodos de aplicação. Na verdade, são regras técnicas que visam à obtenção de um resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de decidibilidade dos conflitos.
2. Hermenêutica Filológica
Do grego antigo, “amor ao estudo, á instrução”. É a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão Histórica, a partir de documentos escritos.
A hermenêutica filológica é responsável por fazer o leitor entender a literatura em sua mais ampla visão. Nesta visão estão os mistérios das diversas culturas, de uma língua e todo um revestimento histórico.
Com isso precisamos entender que não basta apenas ler um livro histórico, fazer uma leitura viajante sem interpretar a História. Essa interpretação filológica é feita pelo ponto de vista crítico e investigativo, encontrando seus valores, ensinos, particularidades e questões gerais.
3. Hermenêutica Teológica
A Hermenêutica Teológica que tem no seu cerne a texto bíblico deixa claro em que medida o texto original deve ser tratado com uma especial atenção. É a disciplina da Teologia Exegética que não só ensina as regras de interpretação, mas também a maneira de aplicá-las corretamente. É a ferramenta que aborda com profundidade os textos sagrados nos seus preciosos capítulos e versículos.
O termo Hermenêutica procede do verbo grego hermeneuein, usualmente traduzido por interpretar”, e do substantivohermeneia que significa “interpretação”. Tanto o verbo quanto o substantivo podem significar “traduzir, tradução”.
O que é então Exegese?
Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando o esclarecimento ou interpretação do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este estudo é desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário. Sendo assim, a hermenêutica é a ferramenta de interpretação e a exegese, a maneira como usar essa ferramenta.
A palavra Exegese, do grego eksegesis, cujo significado é “explicar, interpretar, contar, descrever, relatar”. Significa, segundo o contexto, narrativa, explicação, interpretação.
O termo é formado pela aposição do final “isis”, expressivo de ação, ao tema verbal composto, ek+hegeomai, cujo significado é “tiro, extraio, conduzo fora”. A exegese é, pois, a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor ao redigir determinado documento.
A Exegese refere-se a idéia de que o interprete está derivando o seu entendimento do texto, em vez de incutir no texto o seu entendimento. Teologicamente a exegese utiliza-se de modos formais de explicação, que são aplicados a passagens bíblicas.
Por isso, o termo exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano, mas a prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos. Exegese, portanto, é a denominação que se confere à interpretação das Sagradas Escrituras desde o século II da Era Cristã. Orígenes, cristão egípcio que escreveu nada menos que 600 obras, defendia a interpretação alegórica dos textos sagrados, afirmando que estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo.
O inimigo da Exegese: A Eisegese
Enquanto a exegese consiste em extrair o significado de um texto qualquer, mediante legítimos métodos de interpretação, a Eisegese consiste em injetar em um texto, alguma coisa que o intérprete quer que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo. Sendo assim, a eisegese consiste em manipular o texto para dizer o que ele não diz. Jamais confunda Exegese com Eisegese.
Existem de fato três tipos de argumentos quanto a interpretação bíblica, que podem revelar a presença da eisegese: Argumento bíblico, extra bíblico e antibíblico.
O Argumento bíblico surge quando se considera o que realmente está escrito, ou seja, a interpretação é baseada justamente no que está registrado, sem acréscimo ou extração. Como exemplo podemos usar a passagem de Mateus 14. 25 onde registra “Jesus andando sobre o Mar”. O argumento bíblico é aquele que afirma que Jesus não correu sobre o mar, bem menos que ele se arrastou sobre o mar, mas conforme está escrito “andou”. Não encontramos aqui nenhuma possibilidade para a influência da eisegese.
O Argumento extra bíblico por sua vez trabalhará com uma interpretação dentro de uma lógica ou análise correta cujo resultado não afetará o texto. É aquilo que não está escrito, mas que também está coerente com o que está registrado. Vamos usar o mesmo exemplo. O pregador poderia dizer “Jesus andou sobre o mar e o vento balançava suas vestes”. Se considerado o argumento bíblico essa frase está totalmente errada, pois o texto não diz que o vento balançava as vestes do Mestre. Mas usando a lógica na interpretação veremos que em auto-mar é comum o agir do vento, principalmente em meio a uma tempestade, como detalha o versículo anterior: “o vento era contrário” (v. 24). O grande problema é que a maioria dos pregadores, buscando usar um argumento extra-bíblico, acabam enredando para as incansáveis conjecturas e causando grande contradição com Verdades doutrinárias e até mesmo criando heresias. Isto é, uma falta de cuidado criará a eisegese, no lugar da exegese.
Argumento Antibíblico, como o nome já diz, se trata de uma argumentação que fere a doutrina bíblica e os fundamentos da Palavra. Usando o mesmo texto ficaria assim: “Jesus andou sobre ao mar e quase que afundou”. Talvez não veríamos problema algum em entender que Jesus poderia ter quase afundado visto que o mar estava muito agitado. Seria até uma tentativa extra bíblica. Mas a grande verdade é que, se Jesus quase afundou isso significa que ele não teve tanto poder assim para andar sobre o mar. E se ele não teve poder suficiente para andar sobre o mar, muito menos posso questionar sua autoridade para acalmar uma tempestade como registra outros relatos. Sendo assim esse argumento é herético, antibíblico. Eis aí uma raiz da eisegese.
Conclusão
Concluo lembrando que deve o exegeta possuir qualidades espirituais, principalmente o temor e a reverencia ao Espírito Santo em seu ministério de ensino e exposição bíblica. O homem espiritual, segundo Paulo, é o crente que tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as verdades espirituais. O crente maduro sabe se comportar frente aos desafios que a interpretação bíblica requer.
Deve ser cheio do Espírito, isso significa ter uma vida de comunhão e intimidade com Deus. Para conhecer profundamente o significado da Bíblia, o intérprete deve entender que o conhecimento adquirido pelo estudo tem como base a ação do Espírito Santo na vida daqueles que buscam crescimento. A carência de sensibilidade com o Espírito Santo incapacita o exegeta para captar com profundidade o significado das passagens bíblicas.
O hermeneuta reconhece o valor das línguas sagradas. Sabe que uma consistente extração da verdade depende, a certo ponto, do conhecimento das línguas bíblicas. Por isso se dedique ao conhecimento do grego e hebraico bíblico. Além das línguas originais também da história dos povos bíblicos, da geografia palestina, arqueologia do Oriente Médio, etc.
Enfim, a interpretação bíblica perfeita é feita por um conjunto de regras e princípios, conduta, espiritualidade, e ação de Deus na vida do leitor. Contudo, a melhor interpretação é aquela cujo efeito edifica e desperta vidas com o poder de Palavra, e leva pessoas à Cristo para a experiência da salvação.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

TV Mackenzie discute corrupção nas igrejas e Augustos Nicodemos afirma que “igrejas neopentecostais se tornaram negócios”


TV Mackenzie discute corrupção nas igrejas e Augustos Nicodemos afirma que “igrejas neopentecostais se tornaram negócios”

O programa da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “Academia em Debate”, transmitido pela TV Mackenzie, discutiu a isenção fiscal às denominações religiosas e a forma que as igrejas administram os fundos arrecadados dos fiéis. Durante o programa, apresentado pelo chanceler do Mackenzie, reverendo Augusto Nicodemus Lopes, foi discutida também a questão da corrupção nas igrejas.
Um dos motivos para a discussão sobre o privilégio fiscal às foi porque um dos temas da carta de princípio deste ano da universidade é a corrupção de uma forma em geral, incluindo a religiosa. O documento, que foi distribuído aos alunos, afirma que “é preciso repudiar as práticas financeiras desonestas de muitas igrejas”.
Sobre a isenção fiscal, Nicodemus afirmou que a legislação desse benefício tem de ser reavaliada porque foi concedida tendo em vista o caráter filantrópico e sem fins lucrativos dos templos, o que atualmente não ocorre com as grandes igrejas neopentecostais que, segundo ele, se tornaram negócios.
O programa teve como entrevistado o professor de ciência da religião, Paulo Romeiro, que disser ser muito difícil mudar a legislação da isenção fiscal porque as igrejas que deturparam o objetivo do dízimo têm forte representação no parlamento. “Os políticos evangélicos não têm mais consciência de cidadania”, afirmou o professo, que completou dizendo que esses políticos “se transformaram em despachantes de suas igrejas”.
Romeiro disse ainda que “uma boa parte da igreja brasileira se tornou altamente corrupta”, e que “as igrejas se tornaram muito criativas no levantamento de fundos”. O professor disse que não é contra a arrecadação de ofertas, mas questionou a forma que esse dinheiro é administrado.
Segundo Nicodemus Lopes, “O problema é que estão entregando o dinheiro da viúva pobre para enriquecimento próprio”.
Sem citar diretamente os nomes, Lopes e Romeiro falaram também da disputa entre duas megaigrejas (Universal e Mundial) por fiéis, e sobre os milhões que essas denominações obtêm com a sua pregação de autoajuda e o enriquecimento de pastores, que possuem mansões, aviões e fazendas.
O chanceler do Mackenzie falou ainda do problema da hierarquia, já que em muitas dessas igrejas é apenas um líder que comanda e não há prestação de contas. E citou como exemplo as igrejas dos Estados Unidos onde as igrejas têm de se submeter à auditoria externa e publicar balanços revelando a destinação do dinheiro arrecadado dos fiéis.