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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Sedução de “O Segredo”

Dave Hunt

A última armadilha do ocultismo para capturar a imaginação do Ocidente é chamada O Segredo. O livro com este nome é um bestseller no topo da lista do New York Times, tendo vendido rapidamente seis milhões de cópias. O DVD do mesmo título foi adquirido por mais de dois milhões de pessoas. Ambos contêm muitos erros, interpretações errôneas, falsas premissas e falsas promessas. Mas, quem se dá conta? Você deveria importar-se. Com as informações seguintes, você poderia resgatar alguém do inferno.

As numerosas interpretações errôneas já começam no próprio título do livro. O Segredo nada tem de segredo, mas, sim, de tolice, hinduísmo, xamanismo e Nova Era reciclados. Uma das mais gigantescas mentiras é a sua afirmação: “Você cria a sua própria realidade com a sua mente”. Foi essa a falsa promessa da serpente feita a Eva, a promessa da divindade (Gênesis 3). Abraçar essa ilusão custou a Eva e aos seus descendentes o paraíso do Éden e teria fechado o céu à humanidade inteira se Cristo não tivesse morrido pelos pecados do mundo. Em 6.000 anos, desde o Éden, a promessa da serpente ainda não foi cumprida na vida de uma pessoa sequer.

Informações errôneas e falsas afirmações seguem-se umas às outras, numa louca parada de absurdos. Borrifada no livro e no DVD está a afirmação de que o Segredo é cientificamente comprovado como sendo verdadeiro. Por exemplo: “Foi cientificamente comprovado que um pensamento afirmativo é centenas de vezes mais poderoso do que um pensamento negativo”.[1] Quando, onde e como?

Nenhum teste científico até hoje mediu os pensamentos positivos e negativos, nem poderia haver esse tipo de teste, porque os pensamentos não são físicos e o seu “poder” não pode ser medido. Os pensamentos existem fora da ciência física. Também não existe essa coisa de “ciência mental” ou “ciência da mente”. Esse fato é uma das muitas razões por que a psicologia jamais poderia ser uma ciência, a despeito dela ter afirmado isso durante décadas.

A isca na armadilha de O Segredo é continuamente repetida: “O Segredo lhe dá tudo que você deseja: felicidade, saúde e riqueza... você pode ter, fazer ou ser tudo que desejar... Podemos ter qualquer coisa que desejamos”.[2] O senso comum responde: “Obrigado, mas não quero!” Contudo, milhões de pessoas que estão sendo apresentadas a O Segredo ficam excitadas e ansiosas para fazer com que isso funcione para elas.

As mentiras fundamentais são basicamente: não existe um Deus pessoal que criou o Universo e faz leis que os homens devem obedecer. O Universo sempre esteve aqui e nós o criamos com as nossas mentes, através de inúmeras leis ocultas, as quais existem para realizar nossos desejos egoístas. Uma das mais indutivas é “a lei da atração”. Qualquer pensamento (saúde, riqueza, desastre, lucro, perda, dor, alegria, etc.) que você mantém em sua mente pode ser atraído como uma realidade em sua vida. Somos todos deuses e criamos nossos destinos individuais com os nossos pensamentos.

A amoralidade do Segredo deveria ser evidente a alguém que pára para pensar. Hitler já não seria mais responsável pelo Holocausto do que suas vítimas, as quais o criaram coletivamente em suas mentes. O mesmo se deu com o Titanic, com a queda de qualquer avião e com as vítimas de qualquer assassinato.

O livro e o DVD se baseiam em nada mais que as declarações de uma porção de supostos peritos na área da motivação, do sucesso e do pensamento positivo. Quem são eles? São “os mestres não alinhados, os trans-religiosos progressistas... os luminares espirituais... os mestres da metafísica espiritual... o dominador do Feng Shui, os líderes bem-sucedidos nos negócios... os fundadores do movimento do Novo Pensamento... um mensageiro espiritual dos tempos modernos, e assim por diante”. Certamente eles não pertencem à mesma classe de Jesus Cristo, o qual comprovou Sua Divindade com a própria vida sem pecado e com os Seus milagres, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou dos mortos. Os “peritos” citados e apresentados em O Segredo não fazem parte de um grupo em cujas mãos alguém pudesse entregar a sua vida e muito menos o seu destino eterno.

No livro e no DVD, como num disco defeituoso, repete-se constantemente a mentira atraente, apesar de evidente: “Não existe coisa alguma que você não possa fazer com esse conhecimento... Se você mentalizar isso, vai tê-lo à mão... Você cria sua vida com os seus pensamentos... Seus pensamentos são sementes e a colheita que você fará vai depender das sementes que você plantar... Sua vida está em suas mãos... Você vai realizar o que você pensar... Você vai atrair tudo que exigir. Se for de dinheiro que precisa, você irá atraí-lo... Exatamente como o gênio de Aladim, a lei da atração realiza cada comando nosso... No momento em que você começar a ‘pensar adequadamente’... Esse poder dentro de você, o qual é maior do que o mundo... vai tomar conta de sua vida... alimentar, vestir, guiar, proteger, dirigir e sustentar você em sua própria existência... Se você o permitir. É isso o que sei, com certeza”.

Ora, o que eu sei com certeza é: enquanto os indivíduos históricos nomeados e citados no livro e no DVD conseguiram algumas posses materiais e sucesso, todos eles fracassaram no que é muito mais importante, a saúde. Sim, a maioria, porém não todos, manteve um nível satisfatório de saúde durante suas breves existências, porém a saúde de cada um deles finalmente fracassou. Uma das marcas de fracasso que todos eles compartilharam foi que todos morreram. No final, o Segredo não pôde mantê-los vivos, embora eles tivessem tentado cada técnica por ele oferecida. E esses proponentes do Segredo que ainda estão vivos certamente vão sofrer a mesma sorte.

Segundo o que todos esses mestres do Segredo declaram com grande confiança, eles jamais deveriam morrer. Se o Segredo fosse verdade e eles aplicassem devidamente o ensino: “O Segredo pode lhe dar tudo que você desejar”, eles ainda deveriam estar vivos. De fato, nenhum desses mestres do Segredo excedeu sequer a expectativa normal de vida – o que certamente teriam conseguido, caso o Segredo realmente funcionasse. O fato óbvio é que o Segredo é um engodo que oferece uma falsa esperança, o qual continua a enganar a humanidade – aliás, uma esperança inescrupulosamente amoral.

Vamos avaliar rapidamente alguns desses “mestres do Segredo”:

Ralph Waldo Emerson – é um dos mais altamente louvados. Ele declarou: “O Segredo é a resposta a tudo que tem existido e a tudo que ainda existirá”. Mas Emerson viveu num estado precário de saúde e de necessidades financeiras em seus últimos anos de vida. Morreu aos 79 anos de idade. Certamente ele gostaria de ter vivido mais tempo, com uma vida mais saudável e mais feliz. Por que, então, ele não conseguiu, com os seus pensamentos, e com a “lei da atração”, tudo que realmente desejava? Pela mesma razão porque ninguém jamais o conseguiu: o Segredo é uma mentira de Satanás, “o pai da mentira” (João 8.44). O Diabo mantém os que nele acreditam afastados da fé no Deus verdadeiro e na salvação que Ele outorgou aos pecadores, através do sacrifício de Cristo na cruz, pelos pecados de toda a humanidade.

Prentice Mulford – outro dos supostos mestres do Segredo, fundador do movimento do Novo Pensamento, o qual se embasa na mesma ilusão. Ele disse que existe uma mente material e uma mente espiritual, uma inferior e outra superior, e que a última capta os pensamentos do “Poder Supremo”. Só que esse tal “Poder” falhou na sua vida. Ele lhe deu o pensamento de que Mulford deveria tornar-se membro da Assembléia Estadual da Califórnia. Mulford até se candidatou, mas perdeu a eleição. Por que os seus pensamentos não realizaram o seu desejo? O Segredo e o Novo Pensamento, sua cópia exata, não funcionaram com ele, um dos “peritos” apresentados como exemplo no livro e no DVD. Finalmente, o Segredo fracassou totalmente com relação a Mulford, que faleceu aos 57 anos de idade – certamente uma vida muito mais curta do que ele desejava ter vivido.

Wallace Wattles – um diligente estudioso do Segredo durante a maior parte de sua breve existência, outro fundador do movimento do Novo Pensamento. Seu livro mais famoso foi “A Ciência de Ficar Rico”, contudo, ele viveu a maior parte de sua vida na pobreza. Essa sua maior realização foi publicada em 1910. Wattle faleceu em 1911, aos 51 anos de idade. Será que ele não desejava viver mais tempo para ver o sucesso do seu livro e para poder escrever mais sobre as maravilhas benéficas do Segredo, embora este tenha falhado com ele? Mesmo assim, Wattles não pôde acrescentar um minuto sequer à sua vida. Para ele, um dos principais proponentes, o Segredo não funcionou.

O livro e o DVD também contêm erros factuais. Há a declaração de que, por terem aplicado o Segredo, os “babilônios se tornaram uma das raças mais ricas da história”. Não! Foi através do seu poderio militar, ao custo de muitas vidas, da tortura e da escravização de multidões de vítimas. A Babilônia foi um dos impérios mais cruéis da história. Será que isso recomenda O Segredo? Felizmente, a Babilônia já não existe. Por que ela caiu? Será que o Segredo fracassou com os babilônios? Ou será que eles não souberam aplicá-lo devidamente? A evidência é esmagadora: o Segredo é uma mentira!

A ilusão de que a realidade pode ser criada pela mente tem continuado a oferecer falsa esperança à humanidade, durante milhares de anos. Esse é o ensino padrão da Ciência da Mente, da Igreja da Ciência Religiosa, da Escola Unitariana de Cristianismo, do Novo Pensamento e das seitas da Ciência da Mente. Contudo, ela jamais havia sido embalada antes de maneira tão atraente, nem havia sido tão promovida ao público em geral como em O Segredo. A desilusão de multidões se seguirá.

A maior parte da rápida difusão da nova apresentação do antigo e bem conhecido Segredo é devida a Larry King e a Oprah Winfrey. Milhões de fãs [desses dois apresentadores de rádio e TV] têm comprado o livro e o DVD. Em 5/4/2007, Oprah Winfrey discutiu o Segredo com supostas entidades não-físicas, “canalizadas” pela promotora de O Segredo – Esther Ricks. Como já mostramos muitas vezes, a chamada “comunicação espiritual” com os mortos, a qual costuma acontecer nas “sessões espíritas” (estritamente proibidas na Bíblia como sendo manifestações demoníacas, segundo Deuteronômio 18.11 e Levítico 20.6), agora é chamada de “canalização” e há muito tem sido promovida no rádio e na TV.

Qualquer pessoa com uma ínfima parcela de senso comum iria reconhecer muitos problemas morais e práticos com O Segredo. O que ele promove é completamente amoral e auto-centrado. “A ‘lei [da atração]’ corresponde aos seus pensamentos, não importa quais sejam eles... Pessoas têm conseguido riqueza em suas vidas... alimentar pensamentos de abundância e riqueza... nada mais existe em suas mentes... Você vai sentir-se bem com o dinheiro, para atrair mais para você... Comece a dizer e a sentir: ‘eu sou um ímã do dinheiro”’ (a Bíblia diz que não o dinheiro em si, mas “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” – 1 Timóteo 6.10).

E o amor altruísta, a ternura, a misericórdia, a bondade, a caridade, a compaixão e a generosidade compartilhados com os outros? Tais pensamentos poderiam interferir com o objetivo singular da mente para atrair riqueza para si. O Segredo, acreditado e aplicado, só pode ajudar a aumentar o egoísmo daqueles que o aplicam, levando-os a conflitos entre eles.

Digamos que Fulano acredita que o Segredo vai lhe dar qualquer coisa desejada. Querendo ser o presidente da Empresa X, onde trabalha, e usando “a lei da atração” para conseguir o que deseja, Fulano mantém na mente o pensamento: “Sou o presidente da Empresa X”. Será que os pensamentos dele poderão expulsar o presidente em exercício e colocá-lo no lugar deste? Suponhamos que haja outras vinte pessoas ambiciosas e avarentas, dos trabalhadores até os porteiros, das secretárias e dos contadores até o vice-presidente, todos desejando ser o presidente da Empresa X, cada um deles confiando na ‘lei da atração’ de o Segredo, a fim de conseguir realizar o seu objetivo. Digamos que cada um deles visualize estar por trás da grande mesa do presidente em seu requintado escritório. Será que o Segredo vai transformar, simultaneamente, cada um deles em presidente? Quem vai ganhar essa batalha de mentes nessa competição que o antigo, amoral e suposto Segredo tem produzido?

Lisa Nichols, uma das pessoas citadas no livro, supostamente bem-sucedida entre os praticantes dos princípios ocultistas, é descrita como uma “poderosa defensora da capacidade pessoal” – mais egoísmo. Ela diz: “Graças a Deus existe um atraso no tempo, para que todos os seus pensamentos não se realizem imediatamente”.[3] A que Deus ela se refere? Onde se encaixaria Deus em um Universo que Ele não criou e nem controla, o qual está sendo continuamente recriado pelos pensamentos humanos – Universo que permanece sempre pronto a dar à humanidade qualquer coisa desejada pelos seus desejos egoístas?

Os defensores do Segredo e do Novo Pensamento não acreditam no Deus pessoal e vivo da Bíblia, que exige do homem amor e submissão à Sua vontade. O deus deles é impessoal, um tipo de “a Força” de Guerra nas Estrelas ou Mente Universal, que não se preocupa com os seus e existe exclusivamente para lhes dar o que desejarem. Joe Vitale é outro dos peritos praticantes do Segredo, citado no livro e no DVD. No programa “Larry King Live” alguém telefonou, indagando: “Estou muito curioso para saber onde Deus entra em O Segredo”. Vitale respondeu: “Deus é todos nós. Deus é o segredo de tudo sobre ele. Essa é uma lei de Deus”.[4] Evidentemente, essa é a mesma tolice da antiga religião do panteísmo: você é Deus, eu sou Deus, a árvore é Deus, tudo é Deus. Então, Deus é tanto o bem como o mal, é a morte bem como a vida, sem moral alguma, etc. Se tudo é “Deus”, então “Deus” nada significa. O panteísmo realmente é ateísmo.

E o amor altruísta, a ternura, a misericórdia, a bondade, a caridade, a compaixão e a generosidade compartilhados com os outros? Tais pensamentos poderiam interferir com o objetivo singular da mente para atrair riqueza para si. O Segredo, acreditado e aplicado, só pode ajudar a aumentar o egoísmo daqueles que o aplicam, levando-os a conflitos entre eles.

Digamos que Fulano acredita que o Segredo vai lhe dar qualquer coisa desejada. Querendo ser o presidente da Empresa X, onde trabalha, e usando “a lei da atração” para conseguir o que deseja, Fulano mantém na mente o pensamento: “Sou o presidente da Empresa X”. Será que os pensamentos dele poderão expulsar o presidente em exercício e colocá-lo no lugar deste? Suponhamos que haja outras vinte pessoas ambiciosas e avarentas, dos trabalhadores até os porteiros, das secretárias e dos contadores até o vice-presidente, todos desejando ser o presidente da Empresa X, cada um deles confiando na ‘lei da atração’ de o Segredo, a fim de conseguir realizar o seu objetivo. Digamos que cada um deles visualize estar por trás da grande mesa do presidente em seu requintado escritório. Será que o Segredo vai transformar, simultaneamente, cada um deles em presidente? Quem vai ganhar essa batalha de mentes nessa competição que o antigo, amoral e suposto Segredo tem produzido?

Lisa Nichols, uma das pessoas citadas no livro, supostamente bem-sucedida entre os praticantes dos princípios ocultistas, é descrita como uma “poderosa defensora da capacidade pessoal” – mais egoísmo. Ela diz: “Graças a Deus existe um atraso no tempo, para que todos os seus pensamentos não se realizem imediatamente”.[3] A que Deus ela se refere? Onde se encaixaria Deus em um Universo que Ele não criou e nem controla, o qual está sendo continuamente recriado pelos pensamentos humanos – Universo que permanece sempre pronto a dar à humanidade qualquer coisa desejada pelos seus desejos egoístas?

Os defensores do Segredo e do Novo Pensamento não acreditam no Deus pessoal e vivo da Bíblia, que exige do homem amor e submissão à Sua vontade. O deus deles é impessoal, um tipo de “a Força” de Guerra nas Estrelas ou Mente Universal, que não se preocupa com os seus e existe exclusivamente para lhes dar o que desejarem. Joe Vitale é outro dos peritos praticantes do Segredo, citado no livro e no DVD. No programa “Larry King Live” alguém telefonou, indagando: “Estou muito curioso para saber onde Deus entra em O Segredo”. Vitale respondeu: “Deus é todos nós. Deus é o segredo de tudo sobre ele. Essa é uma lei de Deus”.[4] Evidentemente, essa é a mesma tolice da antiga religião do panteísmo: você é Deus, eu sou Deus, a árvore é Deus, tudo é Deus. Então, Deus é tanto o bem como o mal, é a morte bem como a vida, sem moral alguma, etc. Se tudo é “Deus”, então “Deus” nada significa. O panteísmo realmente é ateísmo.

Outra antiga técnica ocultista usada pelos xamãs durante milhares de anos é a visualização: a crença de que um quadro mental firmemente mantido no pensamento finalmente se manifestará no universo físico. É claro que isso também é um engodo. Ninguém tem sido capaz de demonstrar essa capacidade. Se todos nós tivéssemos o que o Segredo promete, nossa existência seria aterrorizante, com bilhões de Dart Vaders e de Obe Wan Kenobies destruindo-se mutuamente através do poder da mente.

Muitos cristãos, como temos visto, ensinam basicamente o mesmo ocultismo transmitido a C.G. Jung por “espíritos familiares” (veja 1 Samuel 28.9ss.; Isaías 8.19). Yonggi Cho tem ensinado e praticado o mesmo há anos, do mesmo modo que numerosos psicólogos cristãos e líderes carismáticos. A visualização para criar sua própria realidade foi o cerne de tudo que Norman Vincent Peale ensinou e praticou: “A idéia de criar imagens mentais... esteve implícita em todas as minhas palestras e no que escrevi”.[5] Há muito tempo Robert Schuller tem ensinado o mesmo ocultismo: “Tenho praticado e utilizado o poder do olho interior e ele funciona... Há trinta anos começamos com a visão de uma igreja. Tudo tornou-se realidade”.[6]

Cho, pastor da maior igreja do mundo, afirma que o Espírito Santo lhe disse que ele devia visualizar um quadro claro daquilo que estava pedindo, ou então a sua oração não seria atendida. Mas tudo que Cho pôde manter na mente foi um grosseiro esboço do que ele desejava. Ele não podia “ver” nem imaginar a estrutura atômica desses objetos, que eram a sua realidade subjacente.

Qualquer pessoa que esteja disposta a acreditar que a humanidade cria o Universo com os pensamentos coletivos (ou que qualquer indivíduo pode trazer à existência, através da visualização, qualquer coisa que faça parte da experiência diária), entregou-se voluntariamente a Satanás, ficando suscetível a qualquer outra mentira que ele ofereça. Obviamente, o Universo já existia antes do homem. Acreditar que a vasta extensão do Cosmo, com seus trilhões de estrelas e luas, as quais o homem jamais viu, incluindo as muitas partículas subatômicas que ninguém pode sequer imaginar, está sendo criado e mantido em ordem pelos pensamentos coletivos da humanidade, é cometer suicídio intelectual, moral e espiritual.

Os que acreditam nessas mentiras que O Segredo oferece têm deliberadamente abandonado o Deus verdadeiro, que se revelou em cada consciência e no Universo que Ele criou. Eles entregaram-se à ilusão demoníaca, que os conduzirá à eterna separação de Deus, que os ama, e de Cristo, que morreu para redimi-los. Vamos resgatar tantos quantos pudermos! (Dave Hunt – TBC, http://www.chamada.com.br/)

Notas:
1.Rhonda Byrnes, The Secret (New York: Atria Books, 2006), 1.
2.Ibid., 22.
3.Ibid., 194.
4.Larry King Live, 8 de março de 2007.
5.Norman Vincent Peale, Positive Imaging (Fawcett Crest, 1982), Introdução.
6.Robert Schuller, livrete The Power of the Inner Eye.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 2007.

Desafiando Gigantes

No próximo sábado, às 19hs estarei na Igreja Batista Bandeirante trazendo uma palavra aos jovens.

Participem!!!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Em Nome de Jesus, assalto é frustrado!

Um assaltante desistiu de roubar uma loja em Frisco, no estado americano do Texas, depois que a caixa o mandou sair do estabelecimento "em nome de Jesus".


De acordo informações da emissora de TV KDFW Fox 4, depois que o bandido pediu dinheiro, Marian Chadwick o encarou e disse "Em nome de Jesus, saia da minha loja. Eu ligo você com o poder do Espírito Santo". O ladrão, que estava armado e mascarado, recuou devagarinho até sair correndo do local sem levar nada.


A cena foi registrada pelas câmeras de segurança da loja.


Vi no G1


Em breve na Record... :-)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Terror da Nova Era

Estou lendo um livro pra lá de interessante. O Terror da Nova Era, de Randall N. Baer. Pela primeira vez, um grande ex-líder da Nova Era fala sobre esse movimento contanto a história com a propriedade de quem já esteve lá.

Ele era reconhecido no mundo todo, e conta a história de dentro do movimento da Nova Era, lque cresce tão rapidamente!

Na semana em que esse livro foi publicado, o autor Randall Baer teve um encontro intrigante e inoportuno com a morte. Depois de completar um ciclo de palestras no Novo México sobre o movimento da Nova Era, seu carro saiu da pista em uma montanha. O Terror do Pesadelo da Nova Era revela a história de sedução de Baer, um adolescente curioso que mergulhou nas religiões orientais até a sua meteórica ascenção a liderança da Nova Era.

Ele detalha sequências de eventos misteriosos e de experiências bizarras que o levaram a se tornar um perito no "poder do cristal" e na filosofia da Nova Era. Em seu auge, Baer teve um encontro dramático e horrível com as forças do mal que se escondem por trás do movimento da Nova Era.

Sobre o Autor:

Randall N. Baer, um ex-médico naturopata, foi uma autoridade reconhecida internacionalmente na área dos cristais, das ciências sagradas e dos ensinos espirituais. Foi co-diretor da Starcrest Academy of Law and International Science no norte do Novo México; ele foi co-autor dos best-sellers da Nova Era: Windows of Light: Quartz Crystals and Self-Transformation e The Crystal Connection: A Guidebood for Personal and Planetary Ascension, publicados pela Harper & Row.

Este livro foi traduzido pela Missão Horizontes (http://www.mhorizontes.org.br/) e pode ser adquirido através do site de leitura mantido pela mhorizontes: http://www.agoraleia.com/ .

Recomendo essa leitura à todos!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Galeão Apostólico

Hélio


Logo depois do reencontro dos apóstolos no concílio de Jerusalém, Paulo e Pedro desceram juntos até o porto de Cesareia, para o adeus final, já que cada um seguiria o seu caminho. Superados os ressentimentos pela discussão áspera que haviam tido alguns dias antes, os dois apóstolos falavam agora de suas rotinas de viagens, enquanto aguardavam a hora de embarcar:

- Sabe, Pedro, estou cansado de andar a pé por essas estradas poeirentas e de pegar esses barcos cargueiros caindo aos pedaços...


- Nem me diga, Paulo, eu viajo bem menos que você e já sinto o cansaço.


- Pois é, Pedro, eu estava pensando comigo se a gente devia orar a Deus e fazer uma campanha entre os irmãos para comprar um navio apostólico só para uso dos ungidos...

Pedro fez uma cara de espanto que deixou Paulo constrangido.

- “Veja se você concorda comigo, Pedro” – Paulo continuou -, o campo é enorme, o serviço extenuante, e nós perdemos muito tempo enjoando no mar e comendo poeira pelo deserto.


- Isso lá é verdade, Paulo, mas o que você sugere?


- Tá vendo aquele galeão reluzente entrando no porto? É um modelo novo fabricado pela família Ferrari da Itália.

- Lindo mesmo, e parece bem rápido. Acho que serviria aos nossos propósitos.



- Sem dúvida, Pedro, poderia deixar um apóstolo em cada porto e assim o evangelho se espalharia mais rápido.

- Verdade... mas ainda temos todo a terra para explorar. Bom será o dia em que alguém inventar uma máquina que voa.

- Cá entre nós, Pedro, acho que quando esse dia chegar, esta máquina não será mais necessária, já que todo o trabalho duro – depois do Mestre – quem fez fomos nós e nossos filhos na fé.

- Olha, Paulo, eu não duvido que apareça alguém se dizendo “apóstolo” ou um “pastor” muito especial, achando que tem muito mais trabalho que nós e só uma galé voadora vai resolver seu problema...

- Bem, voltemos ao assunto, e a campanha do galeão?

- Ah, Paulo, acho que Deus não precisa de galeão nem de máquina voadora não... não há maior prazer do que pregar o evangelho e estabelecer a Igreja no mundo, por terra e mar, a pé mesmo...


- É verdade, Pedro... acho que eu tava delirando... não somos mais crianças deslumbradas com galeões e máquinas voadoras, e seja na terra, seja no mar, você consegue caminhar, né...


- Paulo, Paulo, o que importa é que com Cristo, a pé ou no barco, tudo vai muito bem, vai muito bem...

Assim, bem-humorados e dispostos ao trabalho, cada apóstolo seguiu para um destino, tendo no coração apenas um vislumbre do tamanho da obra que estavam ajudando a construir...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O seis pelo meia-dúzia!

Rubinho Pirola

Estou no Brasil. E já faz um tempo. E assustado.

Encontrei a minha comunidade, bem, crescendo e sadia. Graças a Deus podia dizer eu, mas confesso que ainda não o fiz totalmente.

A preocupação é com o país. Depois de 14 anos, desde que sai para a aventura missionária, estou vendo - e sentindo - com mais propriedade um país mais "evangélico".

Mas não dá para evitar as óbvias percepções de quem carregou no bolso a expectativa meio orgulhosa do crescimento da fé que traz no nome, a ligação à Boa Notícia - a da graça feito carne.

Minhas percepções sobre o que era e o que é hoje:

Houve um tempo em que a "igreja da nação", não evangelizou, mas cristianizou, acostumou, amoldou a cultura, com algo que tinha alguns traços de cristianismo, mas era só isso, traços.

Paganismo, animismo e crendices, misturadas à cruz.

O tempo da essência pagã, com cosméticos cristãos que divulgava a ideia de um deus menor - idiota (aceitava a penitência do carnavalesco, "ungido" de cinzas pelos erros e excessos cometidos na festa popular da carne, que já vinha à igreja cheio de planos pro carnaval seguinte) e serviçal das ganâncias e demandas humanas, na pele das procissões, das novenas, das peregrinações para se conseguir comprar um carro, curar um filho doente...

Ah! Tinha também a aceitação de tudo, contanto que a figura do "cappo di tutti cappo", o papa, o supremo apóstolo, fosse preservada e o culto, à sua imagem - intocável, inatacável, blindado às criticas e pior, infalível, cultivado.

Cristianizado e não evangelizado, não discipulado, posto que o rótulo remetia a Cristo, mas não o carácter, a virtude, a essência. Só uma corzinha do que o Evangelho é e prega como notícia e modo de vida.

Foi também o tempo em que batia-se, espancava-se, perseguia-se os contrários. Nada com o "oferecer a outra face" ou ao amor ao inimigo, como pregava Jesus. E dá-lhe perseguições, puxadas de tapete... Até me lembro do que me contavam os parentes de como o meu avô fora impedido de ser enterrado no cemitério da sua cidade, no interior paulista, porque os padres não queriam que o "imundo protestante" fosse contaminar o campo santo. E os padres estavam por trás disso, certos de defenderem a "sã doutrina".

Ah! E o casamento com o estado? Foi o tempo do Brasil dos cabrestos, do voto mandado pelos poderosos de batina, de braços dados com os ladrões da época os políticos (que a rigor, eram até modestos na canalhice e perversidade, comparados aos de hoje). Os sacerdotes mandavam, dirigiam e o povo seguia dizendo amém.

Hoje somos mais "evangélicos". Há uma igreja evangélica em cada esquina - atesto isso da minha janela.

Mas o nome de Cristo continua - talvez com mais força - vilipendiado, ultrajado e igualmente usurpado e esvaziado do seu santo significado.

Estamos sujeitos aos apóstolos, só que agora em maior número. Democratizou-se o crime de "lesa liberdade". E estão igualmente inatacáveis e infalíveis, nas pregações que não estão na bìblia, nem nos gibis.

Como antigamente, na velha fé (fora da igreja - leia-se "a minha denominação" - não há salvação), as igrejas que ao invés de nomes inspirados, versículos ou frases bíblicos, carregam o do líder (onde agora, não bastasse o nome do impostor que toma o lugar do Senhor, têm já eles até a foto na fachada!!!) reivindicam um poder de salvar e de controlar a vida dos fiéis.

Viver a fé cristã parece só a troca de Iemanjá, Aparecida ou outro santinho qualquer por esse "jesusinho" que aceita uma linguiça para dar de volta um porco. Acendíamos a vela pra uns e agora para esse "outro" ídolo da moda.

Segue-se e vota-se no político, conforme o "santo-padre-pastor-apóstolo" indica e manda.

Trocamos o outrora popular "nossa-senhora", pelo "misericórdia", "amém-irmãos?" e outras palavras mágicas... sem significado algum, a não ser rechear mais um português cada dia mais mal falado.

Em nome da fé, como qualquer católico romano ignorante de antigamente (como estamos próximos!!!) ou muçulmano radical de hoje, damos porrada em umbandista, espírita ou até em outro "evangélico" que discorde da minha "igreja". E assim, quebramos centros espíritas, terreiros, boicotamos algum trabalho de outra facção,... Matamos, mas agora, em nome do Evangelho.

Carregamos a bíblia no sovaco, o peixinho colado na lataria do carro e mandamos "pra aquele lugar" o infeliz que não sinalizou para ultrapassar o meu automóvel (fora os CDs piratas, o sonegar de impostos, o louvar a Deus pela verba da corrupção que me chegou às mãos e por ai afora)... Cristianizados ainda estamos nós, mas e Cristo? O que existe dele na alma dessa nação? E pergunto: será o islã a próxima moda?

O Brasil mudou, viva o Brasil! Viva o Evangelho! Mas... onde estaria ele?

Desculpem-me os que ouviram - assustados - esses dias, de mim mesmo, que não sou evangélico, apesar de já ter sido por anos, batido, perseguido por chamar-me por esse nome.

Pode ser só da viagem e ser somente engano meu...

"...por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão." Is 59:9


Rubinho Pirola trouxe uma ânfora de azeite feito das azeitonas do jardim das oliveiras em Jerusalem e já faturou alto na unção aqui em São Paulo, Brasilia e Minas... Sobrou um pouco, ele misturou com o nacional (apóstolo tem este poder) ungiu o novo lote e me mandou fazer negócio untado lá na Conde de Sarzedas... Eu deixei o barril em consignação na loja do Richard. Agora é esperar pela "bença" aqui no Genizah.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Avatar e a Vindoura Religião Mundial Única

O filme Avatar*, de James Cameron, é um fascinante e arrebatador sucesso nos cinemas. Seus efeitos especiais são tão tremendos que transportam a audiência vividamente para um outro mundo, no qual adorar uma árvore e ter comunhão com espíritos não são apenas aceitáveis, mas atraentes. Avatar é também marcadamente panteísta e essencialmente o evangelho segundo James Cameron. Esse tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas do filme: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de todas as coisas viventes”.

Sobretudo, o filme é repleto de mágica ritualística, comunhão com espíritos, xamanismo, e descarada idolatria, de forma que condiciona os espectadores a acreditarem nessas mentiras do ocultismo pagão. Além disso, a platéia é levada a simpatizar com o Avatar e termina torcendo por ele quando é iniciado nos rituais pagãos. No final, até mesmo a cientista-chefe torna-se pagã, proclamando que está “com Eywa, ela é real” e que ficará com Eywa após sua morte.

Enquanto a representação fictícia de James Cameron a respeito da religião da natureza presta-se muito bem à mentira da Nova Era de que as religiões dos nativos americanos [indígenas] eram favoráveis à vida e inofensivas, a representação dos sacerdotes maias em Apocalypto (de Mel Gibson), devedores de divindades sedentas por sangue, que exigiam o sangue de suas vítimas sacrificiais, estava muito mais perto da verdade. A maneira adocicada e romântica com que James Cameron mostra os selvagens e os antigos cultos à natureza em Avatar é oposta aos fatos encontrados em antigos códices e achados arqueológicos: estes revelam que os astecas, os maias e os incas estavam todos envolvidos em sacrifícios humanos em massa, inclusive tomando a vida de criancinhas inocentes para apaziguar seus deuses demoníacos.

O tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas De Avatar: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de Todas as coisas viventes”.

Conhecendo o histórico das obras de James Cameron em atacar o cristianismo, e especialmente a ressurreição de Cristo no documentário absolutamente desacreditado The Lost Tomb of Jesus [exibido no Brasil como “O Sepulcro Esquecido de Jesus” e lançado em DVD como “O Sepulcro Secreto de Jesus”], não deveria nos surpreender que ele escrevesse e dirigisse uma propaganda de 300 milhões de dólares para promover o culto à natureza e aos espíritos.

Claramente, Hollywood tem tido uma influência persistente em arrancar os EUA [e o Ocidente] de suas raízes cristãs conservadoras e levá-los a crenças e práticas do ocultismo da Nova Era. O panteísmo atrai a turma de Hollywood porque ensina que todos somos Deus e que não precisamos nos preocupar em sermos obedientes ou em prestarmos conta diante de um Deus pessoal que criou o Universo. Entretanto, não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a Cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à Terra sob a máscara de sua imaginária Deusa-Mãe Terra; é também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore.

Em seu livro Earth in the Balance, Gore sugere que voltemos à adoração da natureza e eleva várias seitas de adoradores da natureza e religiões dos nativos americanos ao status de modelo para nós:

Essa perspectiva religiosa pan** poderá mostrar-se especialmente importante no que se refere à nossa responsabilidade pela terra como civilização global. (...) As religiões dos nativos americanos, por exemplo, oferecem um rico conjunto de idéias sobre nosso relacionamento com a terra. (...) Todas as coisas estão interligadas como o sangue que nos une a todos.[1]

Buscando uma síntese da Nova Era que combine várias tradições do ocultismo, Gore cita e favorece o ensinamento hinduísta, dizendo: “A Terra é nossa mãe, e nós todos somos seus filhos”.[2] Incrivelmente, mais adiante Gore afirma que deveríamos buscar novas revelações a partir dessa adoração da deusa do passado e culpa o cristianismo pela quase total eliminação da mesma:

O sentido espiritual de nosso lugar na natureza... pode ser traçado de volta às origens da civilização humana. Um crescente número de antropólogos e de arqueomitólogos... argumenta que a ideologia da crença prevalecente na Europa pré-histórica e em grande parte do mundo estava baseada na adoração de uma única deusa da terra, que se supunha ser a fonte de toda a vida e irradiadora de harmonia em meio a todas as coisas viventes. (...) O último vestígio de culto organizado à deusa foi eliminado pelo cristianismo. (...) Parece óbvio que um melhor entendimento de uma herança religiosa que precede a nossa própria por tantos milhares de anos poderia nos oferecer novas revelações.[3]

Não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à terra sob a máscara de sua imaginária deusa-mãe terra; É também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore [ex-vice-presidente dos EUA].

Gore prossegue declarando que precisamos encontrar uma nova religião baseada na natureza e cita Teilhard de Chardin, o teólogo da Nova Era, em apoio à “nova fé” do futuro:

Esse ponto foi sustentado pelo teólogo católico Teilhard de Chardin, quando ele disse: “O destino da humanidade, assim como o da religião, depende do surgimento de uma nova fé no futuro”. Munidos de tal fé, poderemos achar possível ressantificar a terra.[4]

Com os diretores de vanguarda de Hollywood e as figuras políticas de Washington na liderança, os EUA [e o Ocidente] estão rapidamente voltando ao paganismo que envolveu o mundo em trevas espirituais durante milênios. Que Deus nos ajude a prestar mais atenção à admoestação do apóstolo Paulo, encontrada nas Sagradas Escrituras. Ele nos ensinou que a adoração à natureza nos tempos da Antigüidade era resultado do afastamento da adoração ao único e verdadeiro Deus que, para começar, foi quem criou a natureza:

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.21-25). (Joe Schimmel – www.goodfight.org - http://www.chamada.com.br)

* Segundo o hinduísmo, avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal. Deriva do sânscrito Avatara, que significa “descida”, normalmente denotando uma encarnação de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade. Por extensão, muitos não-hindus usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.

** Pan: palavra de origem grega que significa “tudo, todas as coisas”.

Notas:

1.Al Gore, Earth in the Balance – Ecology and the Human Spirit [A Terra em Equilíbrio – A Ecologia e o Espírito Humano], 1992, p. 258-259).
2.Ibid. p. 161.
3.Ibid. p. 260.
4.Ibid. p. 263.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, março de 2010.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ark of the Covenant, lost or found?

Long ponderou à comunidade cristã que o resto do mundo começaria a considerar esta questão com o
Outros sugerem que a arca está escondida em algum lugar perto do Mar Morto, na margem ocidental do Jordão. Este local é considerado geralmente em associação com a antiga localização de Qumran e os povos do Mar Morto. Aqui acredita-se que a Arca e outros artefatos tenham sido enterrados em uma das cavernas da região, como o Mar Morto.

Outro ponto de vista sugere que a Arca está localizada abaixo de Jerusalém, em uma pedra esculpida no túnel. Alguns dizem que é no local sugerido da crucificação, o Calvário de Gordon. O Instituto do Templo na Cidade Velha de Jerusalém, uma organização ultra-ortodoxa, dedicada à reconstrução do Templo judaico, diz que a Arca está sob o Monte do Templo e será revelada no momento apropriado, quando o templo for reconstruído.

Curiosamente, a tese de "Os Caçadores da Arca Perdida", que a Arca foi retirada do Templo pelo faraó egípcio Sisaque não é uma visão popular de hoje. Isto pode ser devido à falta de tradições, sugerindo a presença da Arca, na foz do Nilo, no Baixo Egito.

Uma visão que tem recebido pouca atenção até a década passada já foi popularizada por um livro recente. O sinal e o Selo: A Busca da Arca Perdida, do jornalista britânico Graham Hancock, quase alcançou status de best-seller e conquistou a imaginação do público em geral. Segundo essa visão, a Arca da Aliança foi retirada da antiga Jerusalém nos dias do Rei Salomão. Embora existam numerosas variações da história,  existem discussões sobre um filho de israelita nascido do rei Salomão e à rainha de Sabá. Enquanto essa união não é mencionado no relato bíblico da reunião entre os dois monarcas (1 Reis 10), tem uma longa tradição na Etiópia, um local sugerido de Sabá antigos.

Este filho, chamado Menelik, diz-se que trouxe a Arca para o seu país para manter seguro, de acordo com um conto preservado. Essa história também tem sido impulsionada pelo famoso judeu negro da Etiópia, o Falashas. Assim como ele, outros negros africanos, praticando uma forma muito antiga do Judaísmo, recebeu atenção internacional, quando uma ação militar israelense transportou-os para a liberdade de perseguição política em 1976.

A Arca obviamente, seria um dos maiores artefatos de todos os tempos. Mas a arqueologia não é uma caça ao tesouro, e a Bíblia não precisa da recuperação da Arca para ser provada.

REFERENCES
■ Fisher, Milton C. 1995. “The Ark of the Covenant: Alive and Well in Ethiopia?” Bible and Spade 8/3, pp. 65-72.
■ Hancock, Graham. 1992. The Sign and the Seal: The Quest for the Lost Ark of the Covenant. New York: Crown Books.
Author: Gary Byers of Associates for Biblical Research
Tradução: Luciano Ferrari

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vaidade, o pecado preferido da humanidade

Por Leonardo Gonçalves


No filme “O Advogado do Diabo” o ator Keanu Reeves interpreta um advogado com mais de 60 vitórias em juízo, que para mostrar a todos que é o bom, aceita defender causas perdidas e réus culpados. Em certa ocasião ele defende um professor de matemática acusado de pedofilia, e mesmo sabendo que o maldito era culpado, usa todo seu esforço para inocentá-lo. Kevin, o personagem de Keanu Reeves é um cara extremamente vaidoso. A ele não importam valores, nem mesmo o certo e o errado; importa-lhe impor-se como o grande advogado criminal, ganhar muito dinheiro e defender com unhas e dentes cada pleito, mesmo tratando-se de uma causa apócrifa.

Ao assistir o filme, não pude fugir de algumas questões: Não seria Kevin, o advogado vaidoso, um arquétipo da humanidade, representante fiel da nossa egolatria, do culto à personalidade, do nosso endeusamento cotidiano? Quantos Kevins existem por aí, no casamento, por exemplo? Incapazes de reconhecer que a esposa tem razão, acabam por fazer as maiores burrices do mundo, tudo em nome do grande ego! É comum ouvir de alguns esposos: “Se eu tivesse ouvido minha mulher, não estaria nessa situação”. Mas o que os impede de ouvi-las? O orgulho! Um orgulho machista do tamanho de um bonde, e uma vaidade que não cabe no ser humano. Tudo tão simples, e tão complicado!

Nem mesmo o cristão está imune a este mal. Aliás, muito comumente eles são as maiores vítimas de tais sentimentos. É comum, por exemplo, ver o nobre desejo de servir, se converter – com o passo dos anos – em uma neurose eclesiástica onde o indivíduo sente-se na obrigação de produzir sempre e em maior escala, para sentir-se em paz consigo mesmo. Nesse ponto, o serviço cristão deixa de ser uma benção e se transforma em alimento para o ego inchado do crente. O mesmo acontece com pregadores, cantores e ouvintes; do dia pra noite percebe-se que aquele belo sermão não foi motivado pelo desejo de servir à grei, mas pela vaidade do pregador amante dos holofotes.

Para este veneno chamado egolatria existe apenas um antídoto, a mortificação. Somente quem entende que “cada boa dádiva e dom perfeito descende do alto”, pode livra-se da terrível tentação de sentir-se mais importante do que, de fato, é. É preciso ver nossas virtudes como mortas, e nossas obras naturais como realmente estão. Cabe também a cada cristão dar morte aos seus desejos e vontades, afim de fazer prevalecer somente a vontade do Senhor. Só assim lograremos escapar deste terrível pecado [a vaidade] o qual, segundo a tradição cristã, transformou os anjos em demônios.

***
Por Leonardo Gonçalves, do Púlpito Cristão

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Existe Pecadinho e Pecadão?

Pr. Cris

Eis aí uma pergunta que todo mundo faz e tem a mesma resposta: Não. Mas acredito que essa resposta é um pouco falsa no contexto religioso que vivemos. Não existe o tal do “pecadinho” ou do “pecadão”, mas tratamos as situações como se elas fossem grandes ou pequenas. Vejamos, por exemplo, a situação de um fofoqueiro na igreja. O máximo que ocorre com ele é uma chamadinha de atenção e passar de mãos na cabeça e só. Agora uma pessoa que comete qualquer atitude relacionada com a área sexual está fadada a uma disciplina exemplar. Se não existe pecadinho ou pecadão, então por que essa discrepância? Por que essa humilhação? Por que essa diferença?

Nosso discurso é muito diferente da prática. As pregações sobre a graça de Deus são cheias de palavras bonitas, mas que partem de um coração totalmente mecânico e sem a mínima consideração com o próximo.

Pesquisando nas Escrituras percebo que o simples fato de semear brigas entre as pessoas da comunidade gera no coração de Deus um sentimento até mesmo estranho para nós entendermos; abominação. Ele abomina, sente nojo de tal fato. Há passagens de Jesus acolhendo pessoas que caíram, curando pessoas doentes, vejo o Senhor abraçando aqueles que antes de qualquer coisa, eram seus inimigos. Cristo nos ensina a como agirmos no meio da Igreja, não como instituição apenas, mas como lugar de abrigo, lugar de esperança, lugar de cura.

Acredito que não haja diferença para Deus se um pecado é esse ou aquele, mas vejo que para nós há uma diferença enorme. Essa cultura é resultado de um falso estudo bíblico e de uma medíocre interpretação da pessoa e obra de Cristo como um todo na Bíblia. Precisamos resgatar não mais a preocupação de saber se tal pecado é grande ou pequeno, se é uma mentirinha ou se é um assassinato, mas sim resgatar o conhecimento correto de Deus que invade mente e coração e que exala amor e misericórdia.

No sermão do monte, Jesus coloca todos os pecados em um mesmo patamar, ou seja, dignos de culpa. Mas depois ao longo de Sua vida Ele mostra que há perdão para todos esses pecados. O adultério não está apenas no ato em si, mas nasce nos pensamentos e tem muita gente adulterando por aí no mundo das imaginações. Ele diz também que não apenas o assassinato resume-se em ferir o corpo de outro, mas o simples fato das palavras serem ditas de forma agressiva e difamatória já se caracteriza um homicídio.

Talvez você diga que não existe diferença no pecado, mas nas conseqüências sim. Essa é outra mentira que está sendo ensinada. É muito simples. As conseqüências são resultados dos pecados. Se determinados pecados trazem conseqüências grandes, logo aqueles determinados pecados são grandes. É uma questão lógica de causa e efeito.

Mas acredito que mesmo sendo o tamanho que for o pecado, seja ele grande, pequeno, imenso, extremamente nojento, não importa; ele pode ser perdoado. E ele o é porque é promessa do grande Perdoador de pecados chamado Jesus. O que precisamos entender de uma vez por todas é que somos humanos e somos totalmente sensíveis às tentações e às investidas do inimigo, mas temos Advogado junto ao Pai que intercede por nós, que sabe que somos ainda pequenos e que somos ainda teimosos no nosso apego às paixões desse mundo. Portanto, seja o pecado pecadinho ou pecadão, ele não é nada perto do amor do nosso Pai.


***
Blog do Pastor Cris

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Homem (?) grávido vai dar a luz a menino nos Estados Unidos. Agora foi!

Por Danilo Fernandes

Um casal acaba de revelar que está esperando seu primeiro bebê, que deve nascer daqui a um mês. Certamente, esta notícia passaria despercebida, se o casal não fosse homossexual. Aliás, as duas pessoas da foto acima nasceram mulheres e foram submetidas a cirurgias para mudança de sexo.

Scott Moore, que nos documentos ainda possui o sexo feminino, dará à luz a um menino. A expressão de satisfação de Thomas, seu marido, não esconde a felicidade de ambos com o acontecimento.

“Nós sabemos que algumas pessoas vão nos criticar, mas estamos muito felizes e não temos vergonha”, disse Scott.

O casal californiano já tem dois filhos, Gregg, 12 e Logan, 10 – que Thomas teve com um outro parceiro do sexo feminino, através de inseminação artificial, a mesma forma adotada desta vez.

Scott contou ao Daily Mail que começou sua vida como uma garota chamada Jessica. Aos 11 anos, percebeu que queria ser um homem.

“Quando eu disse à minha família, eles acharam que eu estava louco, mas aos poucos perceberam que era sério e permitiram que eu tomasse hormônios masculinos”, disse ele, também comentando que seus pais pagaram mais de R$ 10 mil para remover seus seios.

Já Thomas, que costumava ser chamada de Laura, foi submetido a uma histerectomia e uma redesignação de sexo no ano passado.

Os filhos? Thomas afirma que eles já acostumaram com o fato de ter dois pais que já foram mulheres, e os chamam de “pai”.

Vi em Notícias Cristãs

Se for menino vai ser Skol e se for menina vai ser Brahma.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Porradas em nome de Jesus

Igrejas promovem vale-tudo para conectar-se com os jovens

Diego Sanchez, lutador de artes cristãs de Memphis, Tennessee, em dezembro de 2009, durante apresentação de lutas marciais. Várias igrejas evangélicas do estado tem promovido eventos de luta para trair novos adeptos nos Estados Unidos

Em uma sala de ensaio do teatro da rua Beale, o pastor John Renken, 42, recentemente puxou uma oração com um grupo de jovens: “Agradecemos por esta noite. Que seja uma representação do Senhor”.

Uma hora depois, um membro de seu rebanho que havia baixado a cabeça em sinal de respeito estava dando uma chuva de socos em um oponente. As orientações de Renken não eram exatamente delicadas.

“Golpeie com força!”, gritava ao lado de um ringue de um evento de artes marciais chamado Gaiola de Ataques. “Termine a luta! Vai na cabeça! Na cabeça!”

O jovem era membro de uma equipe de luta do Ministério Extremo, uma pequena igreja próxima a Nashville que serve também de academia de artes marciais. Renken, que fundou a igreja e a academia também é técnico da equipe. O lema da escola é “Onde os pés, os pulsos e a fé colidem”.

O ministério de Renken faz parte de uma parcela pequena mas crescente de igrejas evangélicas que adotam o vale-tudo -um esporte com fama de violência e sangue que combina vários estilos de luta- para alcançar e converter jovens, cujas participação na igreja tem sido persistentemente baixa. Os eventos de vale tudo atraíram milhões de telespectadores; um deles foi o maior evento pay-per-view de 2009.

O recrutamento nessas igrejas, predominantemente brancas, envolve reuniões para assistir lutas na televisão e palestras que usam os combates para explicar como Cristo lutou pelo que acreditava. Outros ministros vão mais longe, sediando ou participando de eventos ao vivo.

O objetivo, segundo esses pastores, é injetar masculinidade em seus ministérios -e na imagem de Jesus- na esperança de tornar o cristianismo mais atraente. “Amor e compaixão, concordamos com essas coisas também. Mas o que me fez encontrar Cristo foi que Jesus era um lutador”, disse Brandon Beals, 37, pastor da igreja Canyon Creek no subúrbio de Seattle.

O esforço faz parte de um programa mais amplo e mais antigo de alguns ministros que temem que suas igrejas tornaram-se femininas demais, promovendo a gentileza e a compaixão à custa da força e da responsabilidade.
“O homem deve ser o líder do lar. Criamos uma geração de menininhos”, disse Ryan Dobson, 39, pastor e fã do vale tudo que é filho de James C. Dobson, fundador do grupo evangélico proeminente “Foco na Família”. Leia +.



Esses pastores dizem que o casamento da fé com o combate tem a intenção de promover os valores cristãos, citando versos como “trave a boa luta da fé”, Timóteo 6:12.

Muitos estimam que o número de igrejas que estão adotando as artes marciais está em torno de 700, de um total de 115.000 igrejas evangélicas brancas nos EUA. O esporte é considerado uma ferramenta legítima para alcançar os jovens pela Associação Nacional de Evangélicos, que representa mais de 45.000 igrejas.


Leonard Lane(esquerda) lutando no teatro de Memphis, em Dezembro de 2009, estimulado pela Xtreme Ministries, uma igreja que funciona também como academia de artes marciais nos fundos de um teatro da Beale Street

“Existem muitos jovens perturbados que cresceram sem pais e estão vagando sem esperança. Eles próprios também são péssimos pais, perdidos”, disse Paul Robie, 54, pastor da igreja comunitária de South Main em Dhackerer, Utah.

A luta como metáfora faz sentido para alguns jovens.

“Estou lutando para fornecer uma qualidade de vida melhor para minha família e dar-lhe coisas que eu não tive quando era pequeno”, disse Mike Thompson, 32, ex-membro de gangue e estudante de Renken que até recentemente era desempregado e hoje luta com o apelido de “A Fúria”.

“Quando aceitei Cristo em minha vida, compreendi que uma pessoa pode lutar pelo bem”, disse Thompson.

Igrejas evangélicas sem denominação têm uma longa história de usar a cultura popular -rock, skate e até ioga- para atingir novos seguidores. Ainda assim, mesmo entre as seitas mais experimentais, o vale tudo têm críticos.

“Aquilo que você usa para atrair as pessoas para Cristo também será aquilo que você vai precisar para manter as pessoas”, disse Eugene Cho, 39, pastor da igreja Quest, uma congregação evangélica em Seattle. “Eu não vivo pelo Jesus que come carne vermelha, bebe cerveja e bate em outros homens.”

Robert Brady, 49, vice-presidente executivo de um grupo evangélico conservador concordou, dizendo que a mistura do vale tudo com o evangelismo “tira tão facilmente o verdadeiro foco da igreja que é o gospel”.


Há quase uma década, o vale tudo era considerado um esporte sangrento, sem regras ou regulamentos. Foi proibido em quase todos os Estados e criticado por políticos como o senador republicano do Arizona John McCain.

Nos últimos cinco anos, contudo, graças a um inteligente marketing do Ultimate Fighting Championship, a principal marca do esporte, o vale tudo se tornou comum. Hoje, é legal e regulamentado em 42 estados.

Seus defensores apontam para um estudo da Universidade Johns Hopkins mostrando que os participantes das lutas sofrem menos nocautes do que os lutadores de boxe.

No último ano e meio, uma sub-cultura evoluiu, com os cristãos das artes marciais vestindo marcas como “Jesus didn’t tap” e redes sociais cristãs como a anointedfighter.com.

Cerca de 100 homens, muitos tatuados e de cabeça raspada, participam das festas de lutas em Canyon Creek, assistindo combates em quatro grandes televisões da igreja. Há vendedores de cachorro-quente e de camisetas com a frase “Predestinado a Lutar”.

Metade dos que estão ali não são membros da igreja, mas vieram por meio de amigos, disse Beals, conhecido como o pastor da luta.

Os homens de 18 a 34 anos estão ausentes das igrejas, disseram os pastores, porque as igrejas se tornaram mais cômodas para mulheres e crianças.

“Crescemos em igreja de tons pastéis. Os homens caíam no sono”, disse Tom Skiles, 37, pastor da igreja Spirit of St. Louis em Montana.

Ao se focar na dureza de Cristo, os líderes evangélicos estão voltando a um movimento similar do início do século passado, dizem os historiadores, quando as mulheres começaram a entrar para força de trabalho. Os proponentes desse cristianismo muscular defendiam o levantamento de peso e outros esportes como forma de expressarem sua masculinidade.

“Toda essa geração foi criada com a idéia que estão em uma guerra pelo coração e alma dos EUA”, disse Stephen Prothero, professor de religião da diversidade Boston.

Paul Burress, capelão e técnico de luta da igreja Batista Victory, em Rochester, disse que o vale tudo dera a seus alunos uma chance de trabalhar de corpo, alma e espírito. “Ganhando ou perdendo, representamos Jesus”, disse ele. “E vencemos na maior parte das vezes.”

Contudo, na noite fria de Memphis, Renken, o pastor dos Ministérios Extremos, assistiu a dois de seus três lutadores apanhando, um quebrando o tornozelo.

O outro, Jesse Johnson, 20, potencial convertido, foi dominado pelo pescoço e decidiu não voltar para casa com os outros membros da igreja. Ele ficou em Memphis bebendo e estejando com amigos ao longo da rua Beale, ponto agitado e cheio de neons da cidade.

fonte: Herald Tribune [via UOL]
tradução: Deborah Weinberg
dica do Gustavo K-fé e do Chicco Sal

então os caras acham que as igrejas estão produzindo "florzinhas de Jesus" em larga escala? gentileza e compaixão são características indesejáveis? :O


em tempo: aqui no Brasil já tá rolando há muito tempo vale-tudo em nome do evangelho...

Luciano Ferrari
http://simbolodopeixe.blogspot.com/

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos com uma corda amarrada no tornozelo?

Você já pode ter ouvido esta história antes. Porque o sumo sacerdote poderia ser morto por Deus no Santo dos Santos, se ele não estivesse devidamente preparado de acordo com as instruções do Divino, uma corda era amarrada rotineiramente em seu tornozelo. Então, se ele caisse morto, seu corpo poderia ser arrastado para fora. Várias versões desta afirmação tem sido repetida nos círculos cristãos e judeus.

Por enquanto, ainda não foi localizada a fonte original, mas aparentemente ele surgiu muito tempo depois da existência do último templo judeu. A evidência bíblica e histórica indica que não havia nenhuma corda, pelo menos não para uso comum.

O Dr. W.E. Nunnally, professor de hebraico e de judaísmo, relatou:

"A lenda da corda amarrada no sumo sacerdote é apenas isso: uma lenda. Ela tem origens obscuras na Idade Média e continua sendo repetida. Ela não pode ser encontrada na Bíblia, nos apócrifos, nos Manuscritos do Mar Morto, em Josefo, na Pseudepigrapha, no Talmud, Mishná, ou qualquer outra fonte judaica.

A Fundação de Estudos Bíblicos (associado ao Dallas Theological Seminary), da mesma maneira, reporta que suas pesquisas classificaram a "corda ao redor do tornozelo, ou cintura, ou talvez o pé" como lenda "para descansar." Eles também apontam que Aaron estava a usar uma estola azul, com sinos em sua bainha (Êxodo 28:31-35), quando ele entrou no Lugar Santo (não é o Santo dos Santos) (Levítico 16:2-4). Quando ele entra no Santo dos Santos, ele lava e veste roupas de linho especial, não o éfode com sinos. "Se não houver a sinos para serem tocados, não há necessidade da corda."

A Associação de Amigos Judeus Messiânicos levanta pontos com relação à dificuldade de arrastar um sacerdote morto fora do Santo dos Santos:

"Você só pode arrastar para fora o sacerdote, se ele morreu no lugar Santo. Pela forma como as cortinas do templo foram concebidas, o sacerdote não poderia ter sido arrastado para fora do Santo dos Santos. O véu foi feito com muitas camadas de tecido. As cortinas eram sobrepostas e faziam um pequeno labirinto através do qual o sacerdote caminhava ... "

Referências:

References:
1.Dr. W.E. Nunnally is Associate Professor of Early Judaism and Christian Origins at Central Bible College and Adjunct Professor of Hebrew at the Assemblies of God Theological Seminary
2.“All in the Family: The Visions and Vanities of Sam Hinn,” The Quarterly Journal, Vol. 16, No. 4, (St. Louis: Personal Freedom Outreach), http://www.pfo.org/allinfam.htm
3.Biblical Studies Foundation (Garland, TX), http://www.bible.org/docs/qa/qa.asp?StudyID=462
4.Zion Messianic Jewish Fellowship Congregation (Austin, Texas), http://tzion.org/articles/Temple1.html

Fonte: Christian Answers
Author: Paul S. Taylor, Eden Communications.
Tradução: Luciano Ferrari

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Teologia Estepe e Teste Vocacional

Por Avelar Jr


Hoje eu estava pensando em vocação. Vocação significa chamado, e é coisa séria. Principalmente quando falamos de uma vocação divina, quando Deus nos chama de alguma forma para algum ministério, lugar, profissão etc.

Muita gente que eu conheço já passou dos 20 e não sabe o que quer da vida. Alguns passaram dos 30. Alguns, talvez, morram sem saber. Outros recusam-se a morrer sem descobrir a que vieram, e, para estes, existem os testes vocacionais, questionários de perguntas óbvias, que levam a conclusões pouco satisfatórias e que permitem que você saiba o resultado enquanto está respondendo. Ex:

1. Você prefere visitar o Museu da Língua Portuguesa ou ficar em casa preparando uma buchada?

2. Você prefere ver um clipe de Cyndi Lauper ou percorrer uma trilha ecológica?

3. O que você gostaria de ganhar de seus pais: um animal ou uma luneta?

Depois que você "descobre" que gosta de música, idiomas e animais, surge a dificuldade cruel em saber se você vai alfabetizar macacos, criar um coral de papagaios ou virar cantor de fado ou de música sertaneja. Daí você volta para a primeira categoria: os que provavelmente vão morrer trabalhando insatisfeitos e se acostumarem com o que fazem porque paga razoável e fingindo que se encontrou. É a vida! Mas quem sabe você não encontra uma paixão pelo que faz e segue em frente?

Como se reconhece um chamado? Isso é muito subjetivo, o que torna as conversas sobre o tema muito mais interessantes. Já conversei com muitos profissionais a respeito de por que eles fazem o que fazem ou são o que são hoje em termos de profissão, ofício, ministério, etc. e se sentem felizes; e sobre como descobriram que era isso que eles queriam fazer, e as respostas são muito diferentes. O segredo, no entanto, parece ser, na maioria dos casos, na base da tentativa e erro.

Há pessoas que têm uma determinada formação e exercem uma atividade totalmente distinta, e com paixão, como alguém que conheço que é formado em Psicologia e ensina História, outro que largou a faculdade de Medicina, contrariando toda a família, para ser pastor, e outros que se formaram em algum curso e têm atividades no Judiciário e em outras repartições públicas. Tive um professor, que é Promotor de Justiça, que fez três faculdades até descobrir o que realmente queria ser: ele lutou por isso e chegou lá. E vi uma mulher que foi para a área de Biologia estudar micróbios por causa dos problemas de flatulência que tinha.

Outras pessoas são peculiares: parece que nasceram para o que fazem, têm certeza disso, começam e vão até o fim. Isso me parece raro, admirável. Mas acho que não conheço ninguém assim.

Conversando com seminaristas e pastores, já ouvi várias histórias de como se sentiram chamados para a obra de Deus, para chamados pastorais, missonários, ministeriais... Nesses papos, lembro-me de um trecho engraçado:

- Beltrano, às vezes as pessoas me perguntam por que não sou pastor ou advogado; ou por que, pelo menos, eu não quis fazer seminário, apesar de já ter sido convidado e ter ouvido muitas sugestões nesse sentido. Eu não quero advocacia ou pastorado para mim, acho duas coisas muito bonitas e admiro muito quem exerce esses ofícios com honestidade, e vivem deles, mas, sinceramente, não vejo como coisas para mim, não combinam comigo, não me atraem. E você, como foi que descobriu sua vocação?

- Eu estava estudando para o vestibular de uma faculdade, para um curso de nível superior, e orei assim: “Senhor, se eu não passar no vestibular, eu vou entender que está me chamando para estudar Teologia”.

Como?! Teologia e seminário são uma espécie de “estepe” para vestibulandos fracassados? Uma coisa assim... “Deus, se eu não prestar pra mais nada nessa vida e estiver inteiramente convencido disso, eu vou ser pastor?”. Pastorado é um “seguro-desemprego”? Ao ouvir isso, é difícil conter a gargalhada, tanto que quem me disse isso, disse rindo. E tenho certeza de que, por mais esquisito que pareça, ele está no lugar certo. E tem gente que, além de pôr a Teologia como plano B, ainda pede para Deus abençoar e passar no vestibular para o plano A – e pede oração a toda a igreja. Nessa hipótese, confesso que nem sei se devo orar para que passe no vestibular, já que põe o seminário como uma ideia pouco desejável!

Não descarto de que muitos chamados genuínos acontecem assim, como “planos B”. (Mas não deixa de ser hilário!) Até por que um cara muito corajoso (e muito mole), rezou, séculos atrás, rogando que se fosse salvo da tempestade que desabava sobre ele, entregaria-se à vida eclesástica... Foi o cara que depois pregou as 95 Teses na porta de sua igreja e fez explodir a Reforma Protestante. E podemos negar, apesar de engraçado, e da aparente (in)disposição de ir, que ele foi um vocacionado por Deus como muitos que estão por aí abençoando vidas?

Professor, advogado, palhaço, vendedor ambulante, policial, comerciante, chapeado, pastor ou o que for, seja sempre dedicado. E seja sempre uma bênção. Como cristão, ainda que você não saiba o que quer fazer na vida, tenha em mente:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” – 2Pe 2. 9-12

Fonte: Púlpito Cristão

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O ESPÍRITO CALVINISTA E O ESPÍRITO BRASILEIRO


Por Antônio Carlos Costa


Há algum tempo chegou-me às mãos o livro – A Riqueza e a Pobreza das Nações, escrito por David S. Landes, professor emérito de história e economia política na Universidade de Harvard. Seu propósito ao escrever foi o de tentar responder a difícil e necessária questão: por que algumas nações são ricas e outras são pobres?

Landes, pôde perceber nas suas pesquisas, que há certa uniformidade no comportamento das nações pobres e das nações ricas. Esses destinos diferentes não podem ser atribuídos ao acaso. Existem razões para a riqueza e a pobreza dos povos. Estas explicações têm relação direta com o nível de assimilação por parte dessas mesmas nações de certas leis, que são conducentes ao desenvolvimento de um país. Ao mesmo tempo, leis que se não forem respeitadas, fazem com que países inteiros paguem um tributo social altíssimo.

Sendo assim, convém salientarmos o primeiro ponto: nessa busca por explicações com base na realidade dos fatos, o escritor da renomada universidade, encontrou um comportamento uniforme, conforme já mencionei, tanto nas nações que se tornaram ricas, quanto nas nações que se tornaram pobres. As causas são múltiplas - clima, geografia, papel do estado, educação, abertura intelectual, curiosidade, espírito empreendedor, capacidade de aperfeiçoar as coisas, iniciativa privada, entre outros tantos fatores mais. Entre eles, a religião. É este o ponto que gostaria de enfocar.

Nas suas análises comparativas entre os povos ricos e pobres, Landes encontrou diferenças em termos de prosperidade entre as próprias nações européias. Essas diferenças não fazem parte apenas dos contrastes existentes entre primeiro, segundo e terceiro mundo. Elas existem na Europa. Chamou sua atenção o fato do sul do continente europeu não ter alcançado o mesmo tipo de progresso que foi atingido pelo norte. Como explicar o atraso de Portugal e Espanha (agora minimizado pela inclusão de ambos na União Européia)? Nações que um dia foram as donas dos oceanos. Exploradoras de territórios imensos no mundo todo. Não se curvando a tese de que o clima representa a melhor explicação (já que há diferenças climáticas entre ambas as regiões, o norte mais frio do que o sul) – “Esses estereótipos contêm um grama de verdade e um quilo de pensamento indolente”, Landes acredita que a melhor solução para questão tem relação com a emergência do protestantismo, especialmente o de linha calvinista na Europa setentrional.

O escritor americano começa por mencionar a explicação dada pelo cientista social alemão Max Weber. Ao publicar em 1904-1905 – A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber expressou o seguinte ponto de vista, apresentado resumidamente por Landes: “o protestantismo – mais especificamente, suas ramificações calvinistas – promoveu a ascensão do capitalismo, ao definir e sancionar uma ética de comportamento cotidiano que conduzia ao sucesso nos negócios”. Para Landes, o calvinismo produziu um código secular de comportamento: trabalho perseverante, honestidade, seriedade, uso parcimonioso do dinheiro e do tempo (ambos concedidos por Deus) – “Todos esses valores ajudam os negócios e a acumulação de capital, mas Weber sublinhou que o bom calvinista não visa às riquezas... a tese de Weber é que o protestantismo produziu um novo tipo de homem de negócios, um diferente tipo de pessoa, que tinha por objetivo viver e trabalhar de um certo modo. Esse modo é que era importante e a riqueza seria, quando muito, um subproduto”.

Landes menciona como exemplo, as atitudes protestante e católica em relação aos jogos de azar no começo do período moderno: “Ambas o condenaram, mas os católicos condenaram-nos porque uma pessoa poderia perder (perderia) e nenhuma pessoa responsável comprometeria seu bem-estar e o de outros dessa maneira. Os protestantes, por outro lado, condenaram os jogos porque uma pessoa poderia ganhar, e isso seria ruim para o seu caráter”. Ele traz a memória de todos, o ponto de vista sobre a ética puritana do historiador social inglês R. H. Tawney no seu livro – Religião e Ascensão do Capitalismo: “Esta protegeu os comerciantes e fabricantes contra as pedras e flechas de desprezo das classes altas e seus códigos de bom-tom. Deu-lhes um sentimento de dignidade e virtude, um escudo num mundo de preconceitos anticomerciais. E assim, não cedendo a tentação do ócio aristocrático, os bons calvinistas mantiveram-se fiéis à sua tarefa de geração para geração, acumulando riqueza e experiência pelo caminho”.

Já o sociólogo Robert K. Merton, argumentou a favor da existência de um vínculo direto entre o protestantismo e o nascimento da ciência moderna. Landes lembra que não foi Merton o primeiro a defender essa tese – “No século XIX, Alphonse de Candolle, de uma família huguenote de Genebra, procedeu a um levantamento segundo o qual dos 92 membros estrangeiros eleitos para a Academia de Ciências francesa no período de 1666-1866, 71 eram protestantes, 16 católicos e os cinco restantes judeus ou de filiação religiosa indeterminada – isto numa população de 107 milhões de católicos e 68 milhões de protestantes fora da França. Uma contagem semelhante de membros estrangeiros da Royal Society de Londres em 1829 e 1869 mostrou igual número de católicos e protestantes num conjunto em que os católicos superavam numericamente os protestantes em mais de três para um”.

Para os que julgam as teses de Weber implausíveis ou inaceitáveis, Landes apela para os dados empíricos sacados da história: “... a documentação nos mostra que mercadores e fabricantes protestantes desempenharam um papel destacado no comércio, nos negócios bancários e na manufatura. Nos centros fabris (fabriques) da França e da Alemanha Ocidental, os protestantes eram tipicamente os empregadores, e os católicos os empregados. Na Suíça, os cantões protestantes eram os centros da indústria manufatureira de exportação (relógios, maquinaria, têxteis); os católicos eram primordialmente agrícolas. Na Inglaterra, que em fins do século XVI era preponderantemente protestante, os dissidentes (leia-se calvinistas) eram ativos e influentes, de um modo desproporcional, nas industrias fabris e nas forjas da nascente Revolução Industrial”.

Landes não se contenta apenas com a apresentação das provas empíricas. Ele parte para o nível teórico também: “A questão essencial consiste, com efeito, na criação de um novo tipo de homem – racional, metódico, diligente, produtivo. Essas virtudes, embora nada tivessem de novas, tampouco se podia dizer que fossem moeda corrente. O protestantismo generalizou-as entre os seus adeptos, que julgavam uns aos outros pela conformidade a esses padrões... características especiais dos protestantes refletem e conformam essa ligação... a ênfase sobre a instrução e a cultura, tanto para moças quanto para rapazes. Isso era um subproduto da leitura da Bíblia. Esperava-se que os bons protestantes lessem a Sagrada Escritura para si mesmos. (À guisa de contraste, os católicos foram catequizados mas não tinham que ler, e eram explicitamente desencorajados a ler a Bíblia.) O resultado: maior número de pessoas instruídas e um maior pool de candidatos para a escolaridade de níveis superiores; também maior garantia de continuidade de instrução de geração para geração. Mães instruídas fazem a diferença”.

Foi impossível continuar a leitura do livro sem parar para pensar no Brasil. E temos que admitir – parar para pensar sobre o Brasil é parar para pensar sobre a história de um dos maiores desperdícios que a humanidade já viu. Desperdício de terra, beleza natural, circunstâncias históricas favoráveis e patrimônio humano. Sim, o Brasil é um desperdício. Desperdício de terra. Poluímos nossos rios, sujamos nossas praias, devastamos nossas florestas. Desperdício de beleza natural. Parte do que era belo se tornou feio ao ter contato com o povo brasileiro. Nossas cidades não estão à altura da formosura da natureza que nos cerca. São cidades sujas, sem graça, mal planejadas e cercadas de favelas. Desperdício de circunstâncias históricas favoráveis. Não passamos por nenhuma tragédia natural, nossa nação jamais soube o que significa ter que se erguer da devastação de uma guerra, nossos campos jamais se recusaram dar-nos o pão. Encontramos, contudo, pessoas vivendo na miséria no Brasil. A nação onde mais se mata, onde pune-se menos. A primeira em defasagem social. Não há país com tamanho fosso entre ricos e pobres. Desperdício de patrimônio humano. Somos milhões. Resultado de uma história da miscigenação racial das mais lindas da trajetória humana. Alemães, italianos, japoneses, portugueses, árabes, índios, africanos, poloneses, todos morando num mesmo país, falando uma mesma língua, casando uns com os outros e trazendo para nosso país toda sua riqueza genética e cultural. Mas, percebe-se que no contato com a nossa terra as coisas parecem se atrofiar. São milhões de brasileiros que recusam-se a estudar. Uma perda irreparável de neurônios. Domesticados por uma cultura que ensina a mentir, a ser impontual, a deixar para amanhã o que deve ser feito hoje, a trabalhar de modo desleixado, entre tantas mazelas mais que envergonham, ou deveriam envergonhar a todos nós.

Jogamos a culpa na genética (como se fôssemos uma sub-raça), na globalização (como se ela fosse responsável pelo desabamento do metrô de São Paulo e da marquise de um hotel em Copacabana), nos países desenvolvidos (quando vemos a Coréia do Sul e o Chile não precisando se fazer valer dessa espécie de racionalização), na colonização (como se os portugueses tivessem deixado de conduzir os rumos do país no mês passado), em karma (crença infeliz, que nos leva a dizer que nessa vida pagamos pelos erros praticados numa vida da qual não nos lembramos). Em suma, nos recusamos a encarar nossas deformidades. Julgamo-nos o povo gente boa, apesar de sermos os campeões mundiais em assassinato e disparidade social.

Não há como deixar de pensar na igreja. Os evangélicos. Povo ao qual pertenço e que Deus usou para levar-me a Cristo. Por que a igreja evangélica brasileira tem se demonstrado incapaz de salvar o brasileiro do Brasil? Qual a razão de vermos em nossas igrejas pessoas mais brasileiras do que cristãs? Onde estão os resultados históricos que costumam fazer parte da passagem do protestantismo por uma nação?

Quero dizer que tenho esperança. Eu não estou aqui para reclamar da vida. Não suporto a crítica que não vem acompanhada de resposta. Não é da essência da fé cristã fazer apresentação de problemas sem apresentar esperança. Minha esperança consiste no sonho de um dia ver o calvinismo - "o cristianismo que se achou" - entrar no sangue do povo evangélico brasileiro. Nesse dia a igreja haverá de ser salva do Brasil e o Brasil salvo de si mesmo.