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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Reflexão para esta sexta-feira - Eclesiastes

Eclesiastes 2.24-26

Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus. E quem aproveitou melhor as comidas e os prazeres do que eu? Ao homem que o agrada, Deus dá sabedoria, conhecimento e felicidade. Quanto ao pecador, Deus o encarrega de ajuntar e armazenar riquezas para entregá-las a quem o agrada. Isso também é inútil, é correr atrás do vento.

Tenham todos um ótimo final de semana....

Luciano Ferrari

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ainda há vida nesses velhos ossos

Uma denominação saudável nos dá força. É um lar, não uma prisão.

As denominações parecem enfrentar tempos difíceis. Controversas teológicas a respeito do cerne das crenças Cristãs enfraqueceram algumas denominações. Outras têm sucumbido ao liberalismo clássico. Uma porção delas reafirmou seu compromisso com a teologia ortodoxa, mas, mesmo assim, muitas das crescentes denominações conservadoras têm experimentado dias difíceis. Ao todo, o número de membros em 25, das 27 maiores denominações, está diminuindo (As exceções são a Assembléia de Deus e a Igreja de Deus).

O American Religious Identification Survey – ARIS 2008 (Exame Norte-Americano de Identificação Religiosa) concluiu que a porcentagem de norte-americanos que se auto-identificam como Cristãos diminuiu de 86%, número obtido em estudo em 1990, para 76% em 2008. Grande parte dessa perda parece estar localizada em grandes denominações. Ao mesmo tempo, a ARIS indicou que as igrejas sem denominação têm crescido constantemente desde 2001 – e o número dos que se auto-identificam evangélicos têm aumentado. Mas parece que as denominações não têm partilhado desse crescimento.

De acordo com muitos líderes da igreja, as denominações não estão desaparecendo – realmente estão tendo seu crescimento inibido. Tenho ouvido muitos pastores denunciarem as denominações por impedirem, mais do que ajudarem, as missões em suas igrejas. Outras críticas têm sido os gastos desnecessários, a ineficiência burocrática ou as redundâncias estruturais; estas objeções parecem ter ganhado adeptos em um clima econômico de beliscar todo centavo. A lealdade a uma denominação diminuiu e, em alguns casos, desapareceu.

Entretanto, muitas das igrejas mais conhecidas nos Estados Unidos não têm filiação denominacional. Um estudo de 2009 sobre as 100 maiores igrejas nos Estados Unidos, conduzido pela LifeWay Research, para a revista Outreach, revelou que metade das igrejas se auto-intitulam “sem denominação”. De fato, duas das três maiores igrejas dos Estados Unidos não apresentam nenhum vínculo denominacional: Lakewood Church (Houston, Texas) e Willow Creek Community Church (South Barrington, Illinois). Há uma ou duas gerações atrás isso seria chocante. Hoje é o padrão adotado.

Enquanto isso, vemos novas igrejas recebendo nomes inclassificáveis, de modo a minimizar a filiação denominacional. Algumas são “qualificadas” sem marcações denominacionais. É surpreendente descobrir que a igreja de Saddleback, pastoreada por Rick Warren, é parte da Southern Baptist Convention – SBC (Convenção Batista do Sul), e que a LifeChurch.tv (Edmond, Oklahoma) é uma Igreja Evangélica.

Há poucas décadas atrás, reuniões denominacionais eram lugares da mais ampla participação para promover e receber formação. Agora, conferências como a Catalyst e a Exponential atraem mais pessoas. (Falo para mais jovens Batistas do Sul, na Conferência Catalyst, do que na reunião anual da SBC). Inevitavelmente, sou questionado nessas conferências: “Por que você ainda está em uma denominação?” Para alguns, a idéia é tão antiquada quanto pregar em um terno.

Tenho tido o privilégio de falar nos últimos anos em dezenas de reuniões denominacionais a nível nacional. Sempre ouvi dos líderes que eles estão lutando com menor lealdade denominacional no meio de suas igrejas, um caminho que, na melhor das hipóteses, não é coerente.

Trabalho em uma denominação – a SBC – que ás vezes é disfuncional e irracional (como eu). Cresci farto da loucura denominacional e do seu drama. A idéia de trabalhar de forma independente, por vezes, é tentadora.

Por tudo isso, chamam-me de cauteloso se algumas vezes me apresento como um crente relutante com a idéia de que podemos fazer mais para o reino de Deus se fizermos juntamente com pessoas de convicções comuns – o que normalmente significa fazê-lo em uma denominação – do que fazer isso só.

Uma ferramenta para a missão – Em minha opinião, as denominações certamente não são a resposta para os males do mundo, nem nossa última e única esperança. Mas uma estrutura denominacional pode ser uma ferramenta valiosa para a igreja usar em sua missão.

Quando ouço a idéia revolucionária de um pastor para que seus membros de congregação trabalhem junto a congregações no exterior, através das missões, eu digo: “Ótimo. Esteja aberto para aprender com a Igreja Wesleyniana. Eles vêm fazendo exatamente isso, e muito bem, por um longo período”.

Quando ouço falar de uma iniciativa em rede de criação de igrejas, fico animado – mas espero que seus líderes saibam que a Presbyterian Church in America – PCA (Igreja Presbiteriana na America), através da Mission to North America (Missão para a América do Norte), tem feito isso muito bem, e não tentem descobrir de forma independente o que os outros já sabem. Muitos ministérios que ganharam destaque nacional na criação de igrejas, como o Redeemer (New York) e Perimeter (Atlanta), têm sido mais eficazes devido a sua parceria com a PCA.

Ministérios denominacionais são frequentemente menos ativos quando comparados a esforços de iniciativas independentes similares. (Não há surpresa nisso: Novidade muitas vezes chama a atenção e, muitas vezes, redes empresariais e igrejas têm de fazer um “alarde”, a fim de conquistar pessoas para seus novos esforços). Mas não se enganem: A grande maioria das missões mundiais, fundação de igrejas, discipulados e outras formas de ministérios, são realizados por meio de parceiros denominacionais.

Por exemplo, quando você vai a campo em uma missão internacional, geralmente encontra dois tipos de missionários: financiados e auto-sustentados. A quantidade de tempo despedida pelo missionário no campo, muitas vezes, pode revelar que tipo de missionário ele é. Missionários financiados por uma denominação são capazes de despender muito mais tempo sendo realmente missionários, enquanto os auto-sustentados, de igrejas independentes e redes flexíveis, muitas vezes precisam gastar muito tempo angariando fundos.

A maior força missionária denominacional na história do Cristianismo Protestante é encabeçada pelo International Mission Board (Conselho Internacional de Missões) da SBC. Seus missionários não são bem pagos, mas são encontrados em numerosos lugares. Nesses locais, são capazes de permanecer, servir e se concentrar na missão – e levantar fundos.

A resistência é inútil – Outra razão para que as denominações não desapareçam tão cedo: pessoas que pensem da mesma forma sempre encontrarão um modo de se associarem umas com as outras.

Esse impulso pode levar a uma identidade tribal insular, como aconteceu com as Igrejas de Cristo e a Igreja Cristã em 1800. Parte disso começou como um movimento de renovação que estava decidido a trazer consenso sobre o ecumenismo e a unidade – essencialmente um movimento anti-denominacional – no final das contas, se tornou uma denominação rigorosamente restrita e, em alguns casos, que negava a possibilidade de salvação para aqueles que não estivessem rigorosamente alinhados no campo teológico.

Dito isto, igrejas concentradas em missões são inevitavelmente atraídas à cooperação organizada. Dominada pelo desejo de tornar Cristo conhecido entre as nações, uma igreja geralmente percebe que é incapaz de realizar essa tarefa sozinha. O ceticismo atual sobre as denominações, juntamente com o espírito empresarial Americano e um viés para a novidade, têm levado muitos ministérios a formar novas redes de parceria.

Recentes esforços de cooperação entre congregações podem ser melhor entendidos como proto-denominações.

Aos 17 anos de idade, a Willow Creek Association conta com mais de 11 mil igrejas membros em 35 países, a partir de 95 denominações. A Association of Related Churches (Associação de Igrejas Relacionadas), liderada por Billy Hornsby e representada por igrejas bem conhecidas como Seacoast Church (Charleston), Church of the Highlands (Birmingham) e Healing Place Church (Baton Rouge), promove sermões, missões e atividades de ação social, além de uma reunião anual com denominações semelhantes. A Acts 29 Network (Rede Atos 29), fundada pelo pastor Mark Driscoll, em Seattle, tem conseguido quase 300 afiliadas em seus dez anos de existência. A Acts 29 concentra-se em mais uma missão específica de fundação de igrejas, mas agrega fortes parâmetros doutrinários e uma explicação completa do porquê de sua existência.

As redes de denominações semelhantes poderão, creio eu, tornarem-se mais como denominações do que como redes, nos próximos anos, assim como as redes do passado (por exemplo, os Metodistas) são denominações hoje.

Gosto de proto-denominações e redes missionárias. Eu mesmo pertenço a algumas. Mas, tão proeminentes quanto essas redes podem ser, igrejas locais ainda tendem a usar denominações para realizar parte do trabalho de missões globais. Não são tão chamativas, e suas páginas da Web não são tão agradáveis, mas, como mencionado acima, não devemos subestimar equivocadamente como Deus está usando as denominações.
Conectadas através do tempo – As melhores denominações podem ser entendidas, simplesmente, como redes de cooperação para as missões. Mas não são redes ligadas apenas através da geografia e da metodologia. Elas também estão conectadas através do tempo – e um grupo de trabalho existente ao longo do tempo e das gerações pode realizar mais do que um grupo existente apenas durante um período.

A variedade de movimentos recentes entre as gerações emergentes demonstra a necessidade e o desejo de enraizamento e de história. O movimento de crescimento da igreja nas décadas de 1970 e 80 (ele próprio como um tipo de proto-denominação) perpetuou a idéia equivocada de que apenas os métodos novos e originais seriam eficazes para alcançar as próximas gerações. Trocar tradições mais antigas por metodologias mais recentes, involuntariamente, acabou afastando um rico legado de fé.

Agora, uma geração mais tarde, os líderes emergentes anseiam por um senso de enraizamento. Em uma época de fragmentação das identidades sociais, estar conectado com o passado tornou-se sinônimo de encontrar propósito e significado.

Vemos esse sentimento em uma série de movimentos atuais: nos “jovens, inquietos, e Reformados”, na igreja emergente e no antigo movimento de igreja primitiva-futura de Robert Webber. Note como tudo isso é importante para os esforços da “igreja profunda” do pastor Jim Belcher da Califórnia. Ele escreve: “A maioria das pessoas está confusa com o debate entre os líderes dos evangélicos tradicionais e os líderes emergentes. Afinal, eles não querem a mesma coisa: uma igreja evangélica mais profunda e robusta, que afete intensamente as pessoas e o mundo?”. O livro de Belcher amplia a idéia para uma “terceira via”, enraizada na história e na contextualização do ministério.

Estes movimentos são por vezes sobrepostos, por vezes distintos e, por vezes, concorrentes. Mas cada um tem sido esclarecido e alimentado pelo ressurgido anseio da linhagem histórica e do patrimônio religioso. Muitos líderes da geração baby boomer desvincularam suas igrejas da tradição e trilharam seus próprios caminhos, muitos dos filhos dos boomers passaram as últimas décadas olhando melancolicamente para a praia. As denominações podem não ter feito um bom trabalho nesse processo, mas elas podem fornecer a história e o legado para esta geração desejosa de estabilidade.

A necessidade de contato com nossa linhagem espiritual e com nosso patrimônio Cristão nos ajuda a esclarecer sobre como chegamos onde estamos. O historiador e futurista Leonard Sweet propõe a metáfora de um balanço. Um balanço físico depende de movimentos interdependentes: inclinar-se para trás e pressionar-se para frente.

Da mesma forma, as denominações podem contar histórias inspiradoras de pioneirismo (inclinar-se para trás) e de progressos (pressionar-se para frente). Elas podem oferecer uma rica percepção do legado teológico e eclesiológico que uma igreja independente simplesmente não possui.

A reviravolta teológica – Igrejas não-denominacionais fazem um trabalho melhor do que as denominacionais em resposta ao corajoso e, às vezes, confuso novo mundo da espiritualidade norte-americana. Elas são flexíveis o suficiente para identificar as tendências e se adaptar.

Mas as mudanças no cenário espiritual norte-americano trazem consigo a promessa de conflitos internos e pressões externas, o que pode provocar danos irreparáveis a uma igreja sem denominação. Por exemplo, com posturas cada vez mais transformadas em relação ao casamento e a papéis do gênero, uma igreja desconectada de uma denominação não tem acesso aos líderes que já lidaram com mudanças culturais anteriores de proporções sísmicas similares.

Uma igreja denominacional em crise possui uma rede de relações, de experiências e um sistema de apoio nos quais pode se escorar. Por exemplo, caso surja um litígio entre o pastor e a sessão (conselho de administração) em uma congregação Presbiteriana, esta tem toda uma estrutura denominacional preenchida com líderes para guiá-la em um processo redentor. Não é assim com uma congregação independente.

As denominações e seus dirigentes passam juntos por muitas tempestades. Isso não quer dizer que suas igrejas-membro sempre sobrevivem, mas é mais provável que isso ocorra. Para o nosso evangelicalismo obcecado pela juventude, esta é uma dura verdade. Mas onde alguns esperam encontrar a idade, a decadência e a obsolescência nos valores, é mais provável que encontrem a longevidade, a maturidade e a sabedoria.

Denominações evangélicas, muitas vezes, são partidárias da ortodoxia, enquanto congregações independentes mais facilmente aceitam mudanças em sua teologia – às vezes muito rapidamente. A Higher Dimensions Church (Igreja Dimensões Superiores) de Carlton Pearson, uma ex-megaigreja carismática em Tulsa, teve poucos recursos para impedir sua súbita mudança teológica e a eventual fusão com a All Souls Unitarian Universalist Church (Igreja Univelsalista Unitária de Todas as Almas).

Além disso, faculdades e instituições denominacionais têm sido muitas vezes melhor sucedidas em manter a linha da ortodoxia do que instituições não-confessionais muito grandes como a Youth Men’s Christian Association – YMCA (Associação Cristã de Moços) e o Fuller Theological Seminary (Seminário Teológico Fuller). Na falta de um corpo maior que empurre contra um deslocamento à esquerda, algumas igrejas, organismos e grupos precariamente se movem em direção a heterodoxia.

Este pode ser um argumento surpreendente para as igrejas não-confessionais. Afinal, as manchetes estão repletas de líderes denominacionais e corpos movendo sua teologia para a esquerda. Mas a realidade é que estes não representam a maioria das congregações denominacionais ou a maioria dos frequentadores das igrejas norte-americanas.

É mais provável que a ortodoxia se mantenha estabelecida em denominações com valores claros de fé. Âncoras confessionais têm impedido que denominações como a Assembléia de Deus, o Sínodo da Igreja Luterana de Missouri e a Igreja Evangélica Livre, fiquem à deriva. (O debate recente sobre a mudança da declaração de fé da Evangelical Free Church – Igreja Evangélica Livre – foi um exercício útil para a conversa confessional).

É interessante notar que quase todos os teólogos evangélicos atuais são filiados a alguma denominação. Para citar alguns: John Piper é um membro da Baptist General Conference (Conferência Geral Batista); seu rival teológico em alguns pontos, NT Wright, é um bispo da Church of England (Igreja da Inglaterra). Tim Keller é um membro da PCA, e Ben Witherington é um Metodista. E assim continua.

Há cinqüenta anos, Carl Henry e Billy Graham se preocupavam justamente que os líderes denominacionais conduzissem pessoas desviadas. Hoje, pelo contrário, as denominações evangélicas parecem ser as porta-estandartes coletivas da ortodoxia.

Quando denominações desviam-se, a culpa geralmente não é da diversidade, como alguns têm defendido. Na verdade, o mais provável é que a maioria das denominações seja diversificada em muitos aspectos. A denominação deve realmente focar em tornar-se cada vez mais diversa etnicamente, em parceria com todos os tipos de igrejas biblicamente fiéis – contemporâneas, tradicionais e emergentes – e trabalhando com questões sobre seu futuro. Mas também é preciso manter um forte consenso confessional, para cumprir a missão dada por Deus. Tais confissões devem ser mais do que uma lista de crenças dadas apenas da boca para fora, mas sim devem ser crenças adotadas e valorizadas.

Vimos os laços de confissões de fé afrouxarem-se na Igreja Episcopal, o que levou os outros órgãos da Comunhão Anglicana a distanciarem-se dela e a reconsiderarem como as províncias nacionais da Comunhão se relacionam entre si. Como resultado, a Comunhão Anglicana está se movendo em direção a um nível de maior consenso global confessionário, e a igreja norte-americana provavelmente será deixada de fora.

Tais declarações confessionais ajudam um movimento a esclarecer a compreensão de sua missão, e, mais importante, a entender o Deus que o chamou para essa missão. Podemos não conhecer totalmente o que cada indivíduo de uma rede acredita, mas podemos explicar o que a denominação representa. Da mesma forma, as declarações confessionais constroem a confiança das ações denominacionais; sem elas, inevitavelmente existe uma preocupação justificável sobre se as ações partilham das normas da denominação. Mas as declarações doutrinárias não são apenas garantias. Elas têm sido instrumentos de ensino para as igrejas, ajudando na evangelização, discipulado e crescimento espiritual.

A Igreja do Evangelho Quadrangular é um bom exemplo. Possui uma confissão doutrinária que destaca os componentes considerados fundamentais para a crença e para a prática ortodoxa. Isso capacita estas igrejas a compreender as fronteiras teológicas para a comunhão na denominação. Quando fui levado ao seu gabinete nacional, por meio de uma “auditoria missionária”, no início deste ano, os líderes na sala foram capazes de recorrer a uma autoridade (Escrituras) e a uma estrutura que confessa esta autoridade (declaração de fé) com o que consideram que devem fazer juntos no futuro.

Declarações confessionais também protegem contra a distinção excessiva. Qualquer grupo que queira se definir será tentado a traçar fronteiras cada vez mais restritas. Alguns começarão a farejar, certificando se todos estão usando exatamente a mesma linguagem e a mesma abordagem, para que ninguém lute com novas idéias. Outros se preocuparão quando nem todos apoiarem um determinado programa ou ênfase denominacional. Existem ainda os que se queixarão de métodos que outros estiverem usando. Declarações confessionais tornam essa questão simples: se não possui o distintivo da confissão, não faz parte do sistema de crença da denominação, e as igrejas e os indivíduos podem ter diversas crenças e expressões nessa área.

Há momentos em que as diferenças teológicas são a maior ameaça para a cooperação na igreja. Mas, em minha opinião, o maior obstáculo em muitas denominações evangélicas hoje é a incapacidade das igrejas insulares servirem com aqueles que se diferenciam de sua metodologia.

Deveríamos discutir as implicações teológicas dos métodos? Absolutamente não. Mas devemos evitar que questões polêmicas dominem a discussão. Também não devemos pregar contra questões que são melhor direcionadas para o discernimento das igrejas individuais. Em vez disso, devemos usar a persuasão, como membros da família de Cristo, ao invés da política, como executivos em uma corporação. Se tudo for essencial, as igrejas nunca cooperarão na missão. Se nada for essencial, de qualquer modo, não há razão para cooperar.

A melhor maneira de vencer – Parafraseando a explicação da Igreja sobre a democracia: Denominações são o pior caminho para a cooperação – exceto para todos os outros. Estão reduzidas a uma liderança frágil, ineficaz e arrogante, propensa a olhar para o próprio umbigo e que, muitas vezes, se move mais devagar do que deveria. Mas estes aspectos são produtos da falibilidade humana e do pecado. Cada vez que igrejas trabalham juntas, ego, fracasso e ineficiência poderão surgir. E quando não trabalham juntas, ego, fracasso e ineficiência também surgirão. Pessoas, não denominações, são a o ponto de partida.

As denominações, em sua plenitude, não são lugares para se obter algo, mas lugares para dar e servir. Nossos dons, desejos e experiências têm maior influência em uma rede mundial denominacional. Através de uma denominação, podemos fornecer recursos para pessoas que nunca encontraremos, alcançar lugares onde nunca estaremos, e pregar o evangelho para almas perdidas que estão além do nosso alcance pessoal. Podemos encontrar o que necessitamos e dar tanto quanto queremos – porque a cooperação é fundamental para dar e receber.

A denominação saudável, enfim, nos dá força. É um lar, não uma prisão. Permite-nos compartilhar convicções teológicas específicas, práticas de manifestações relevantes para nossa comunidade e servir em uma missão comum, na única base que traz a verdadeira unidade: o evangelho.


Ed. Stetzer é o diretor da Lifeway Research e missiólogo trabalhando com a Lifeway.
Traduzido por Joanna Brandão

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Teorias da Conspiração: Illuminati, Maçonaria, Nova Era Mundial, Vacina H1N1 & Cia.

Hermes C. Fernandes

Os Illuminati e a Maçonaria dominam o mundo e estão por trás da nova ordem mundial! A vacina contra a gripe suína é uma farsa e visa coibir o aumento da população mundial. Os americanos capturaram extraterrestres e os mantém vivos numa base secreta chamada Área 51. John Lennon foi assassinado pela CIA. Michael Jackson foi vítima de conspiração da indústria fonográfica. A Xuxa fez pacto com o diabo. Estas são algumas das teorias de conspiração mais conhecidas em nossos dias.

Recentemente deparei-me com alguns artigos e vídeos sobre tais teorias. Algumas chegam a ser plausíveis, nos levando a refletir sobre muita coisa que temos visto na mídia em geral. Outras, porém, além de improváveis, revelam a criatividade mórbida de quem as inventa.

Não duvido de que muito daquilo que nos é contado nas aulas de história nada mais é do que a versão de quem venceu a guerra. Também não duvido que muitos dos dirigentes das nações não passem de marionetes nas mãos das elites. Creio que entre os famosos haja quem tenha feito pactos demoníacos para alcançar o sucesso. Enfim, tudo isso me parece factível, ainda que não seja provado.

O que me incomoda é que tem muita gente se deixando levar por uma onda de factóides conspiratórios, empreendendo uma verdadeira caça às bruxas. Em vez de se preocupar em construir uma sociedade mais justa e transparente, ficam a espreitar em busca de sinais que evidenciem alguma conspiração. Se a logomarca de uma empresa tem um forma geométrica triangular, logo é considerada satanista, simplesmente porque o triângulo lembra pirâmide, usada em cultos ocultistas. Se vêem um arco-íris, lá vêm as suspeitas de que tenha alguma ligação com a agenda gay. Isso acaba se tornando uma obsessão. Produtos são boicotados por sua pseudo-ligação com o ocultismo. Lendas urbanas são engendradas, como aquela que diz que o McDonald's patrocina o satanismo, ou que a chegada do homem à Lua foi uma farsa, ou que o Elvis ainda vive escondido em alguma ilha do Pacífico.

Pelo amor de Deus! Será que não percebem que isso atenta contra nossa saúde espiritual e emocional?

Não ouso negar que algumas de tais teorias não procedam. Porém isso não pode me distrair do foco. Tenho que prosseguir impulsionado pela certeza de que Deus tem o controle de tudo, inclusive das tentativas humanas ou satânicas de frustar Seus planos.

Tenho que acreditar que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu propósito (Rm.8:28).

Esta era a certeza que norteava a igreja primitiva. Logo na primeira perseguição que sofrera, a igreja se reuniu e em oração declarou:

"Ó Soberano, tu fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há! Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi: ‘Por que se enfurecem as nações, e os povos conspiram em vão? Os reis da terra se levantam, e os governantes se reúnem contra o Senhor e contra o seu Ungido’. De fato, Herodes e Pôncio Pilatos reuniram-se com os gentios e com os povos de Israel nesta cidade, para conspirar contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste. Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse. Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente” (At.5:24-29).

Que há conspirações, certamente que há. Mas elas não nos podem demover de nosso propósito central. Há uma conspiração maior do que aquelas engendradas pelos poderosos deste mundo: a conspiração do Reino de Deus.

A passagem usada pelos cristãos primitivos nesta oração foi registrada originalmente no Salmo 2. Na continuidade do salmo, Davi relata a reação de Deus diante das conspirações dos poderosos:

“Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles” (Salmos 2:4).

Em outras palavras, Deus não os leva a sério. Se de fato há treze famílias na terra que detém o poder sobre os governos e instituições financeiras, por mais poderosos que sejam, Deus acha graça e caçoa deles. Nem os Illuminati, nem o Priorado de Sião, ou a fraternidade “Skull and Bones”, devem despertar em nós outra reação que não seja riso. Não passam de um monte de gente boba, estúpida, tentando assegurar seu poder no mundo, mas cujo destino já está selado (1 Co.2:6).

Lembre-se que Ele é quem “remove reis e estabelece reis” (Dn.2:21). Não vou gastar o resto da minha vida preocupado com quem será a besta do Apocalipse ou o Anticristo. Na mesma passagem em que João alerta a igreja sobre o espírito do Anticristo, ele ressalta: “Vós sois de Deus, e já o vencestes, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo.4:4).

Mesmo a Besta do Apocalipse está submetida a autoridade do Rei dos reis. Por isso a Escritura afirma que o próprio Deus pôs no coração dos reis que a seguem “o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus”(Ap.17:17). Isso nos traz segurança. Nosso Deus não é um fantoche nas mãos dos homens, tampouco é pego de surpresa por suas conspirações. Ele tem Sua própria Agenda!

Não sou eu quem vai perder tempo ouvindo discos rodando ao contrário atrás de mensagens subliminares.

Parem de ver o chifre do diabo em tudo e comecem a ver a providência divina conspirando pelo estebelecimento do Reino de Deus entre as nações.

Imagine se a igreja primitiva se negasse a usar as estradas construídas pelo Império Romano, alegando que aquilo era obra do diabo!

Custou anos até que os crentes permitissem que a TV entrasse em suas casas. Pregadores vociferavam de seus púlpitos, ameaçando os crentes com a perda da salvação, caso deixassem que o olho de Satanás entrasse em seus lares.

Tudo isso é meninisse, e se quisermos cumprir nossa missão temos que deixar as coisas de menino.

Sinceramente, acho que a maior cartada que o inimigo tem dado para coibir o avanço da igreja tem sido justamente esta: distrair-nos com suas teorias de conspiração.

Paulo recusou-se a se deixar distrair. A leitura que fazia dos fatos era sempre ressaltando a soberania de Deus e a maneira como as coisas se encaixavam para bem-suceder Seus propósitos eternos.

Imagine se Paulo pensasse como muitos crentes de nossos dias. Ele escreveria da prisão dizendo: Irmãos, o diabo é muito sujo. Olha o que ele fez comigo, usando aqueles judeus para me acusar injustamente, e pressionar os romanos a me prenderem. Tudo foi uma conspiração! Orem e denunciem para abrir os olhos dos outros irmãos.

Mas em vez disso, veja o que ele escreve de dentro da prisão:

“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior avanço do evangelho. De maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriada e de todos os demais. Muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas cadeias, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor”(Fp.1:12-14).

Bem que Jesus advertiu que se nossos olhos fossem bons, tudo ao nosso redor seria luz. O que nos difere do incrédulo não é o fato de nos sucederem coisas boas, enquanto a eles somente coisas más. O que nos difere é a leitura que fazemos da realidade. Temos a certeza de que Deus orquestra todas as coisas, de maneira que, até as que são aparentemente ruins, se tornam revestidas de um novo significado, à medida que nos conduzem na direção da concretização dos propósitos divinos.

Os irmãos de José conspiraram contra ele, mas muito acima de seus planos mesquinhos estava a conspiração divina para elevá-lo ao segundo posto mais importante do Egito, e assim, ajudar a preservar a linhagem da qual viria o Filho de Deus (Gn.45:5-8).

Os presidentes e sátrapas da Babilônia conspiraram contra Daniel, armando um flagrante que forçaria o rei a lançá-lo na cova dos leões. Porém, acima de suas conspirações estava a conspiração divina para elevar ainda mais a Daniel naquele reino. O texto que relata este episódio termina dizendo: “Foi assim que Daniel prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa” (Dn.6:28).

Não sejamos ingênuos, mas também não sejamos obcecados. Mantenhamos nossos olhos fitos no autor e consumador de nossa fé, e não deixemos que nenhuma teoria de conspiração nos distraia do foco.

Em tempo, não me importo com quem está por trás das conspirações, mas com quem está acima de todas elas.

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/07/teorias-da-conspiracao-illuminati.html#ixzz0v5t5RDSC