Uma cidade da província romana da Ásia, a oeste do que atualmente é Turquia Asiática. Ocupava uma importante posição em um 'corredor' baixo que ligava os vales do Hermo e do Caico. Abrigava uma guarnição de fronteira, primeiramente sobre a fronteira ocidental do território de Seleuco I, da Síria (que fundou, no século IV A.C.), e posteriormente, após haver mudado de mãos, na fronteira oriental do reino de Pérgamo. Com esse reino, passou para o domínio dos romanos, em 133 A.C. Porém, continuou sendo um ponto importante do sistema de estradas dos romanos, pois ficava na estrada vinda de Pérgamo, a capital da província, até Laodicéia, e daí continuava para as províncias orientais. Era também um importante centro manufatureiro; tinturaria, feitura de vestes, cerâmica e trabalhos em bronze figuravam entre os produtos da região. Uma cidade bastante grande (Akhisar) continua existindo no mesmo local.
Lídia, a mulher de Tiatira, a 'vendedora de púrpura', a quem Paulo encontrou em Filipos (At 16:14), era provavelmente a agente ultramarina de um fabricante de Tiatira; (foto ao lado é o túmolo de Lídia) provavelmente ela estava negociando a venda de mercadorias de lã tingida, conhecidas simplesmente pelo nome de tintura - púrpura'. A igreja de Tiatira foi a quarta (Ap 1:11) das 'sete igrejas da Ásia'. Alguns dos símbolos existentes na carta a essa igreja (Ap 2:18-19) parecem fazer alusão a certas circunstâncias da cidade. A descrição feita pelo Senhor Jesus (vers. 18) é apropriada para uma cidade famosa por seus trabalhos em bronze (chalkolibanos, traduzido 'bronze polido', pode ter sido um termo técnico para algum tipo local de objetos de bronze). As condições da promessa (vers. 26, 27) podem refletir a longa história militar da cidade.
'Jezabel' (esse nome é provavelmente simbólico) era evidentemente uma mulher que foi aceita dentro da comunhão da igreja (vers. 20). Seu ensino provavelmente advogava certa medida de transigência com alguma atividade que era implicitamente pagã. É possível que isso fosse associação com clubes sociais ou 'corporações' em que os negócios diversos estavam organizados. Esses corpos cumpriam muitas funções admiráveis, e seguir alguma atividade comercial era quase impossível para quem não pertencesse a uma dessas corporações; não obstante, suas reuniões estavam inseparavelmente ligadas com atos de adoração e imoralidade pagãs.
(Vd W. M. Ramsay, The Letters to the Seven Churches of Asia, 1904, capítulos xxiii, xxiv)
M.J.S.R.
J.D. Douglas - O Novo Dicionário da Bíblia.
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