Uma cidade da província romana da Ásia, na oeste daquilo que é atualmente a Turquia Asiática. Ocupava uma posição dominante perto do extremo marítimo do vale largo do Caico, e provavelmente era local povoado desde uma data bem recuada.
Quando Filatero se revoltou contra o trácio Lisímaco, em 282 A.C., se tornou a capital de seu reino, que em 133 A.C. foi doada por Atalo III aos romanos, os quais a incluíram na província da Ásia. O primeiro, e dur
ante algum tempo o único, templo do culto imperial foi edificado ali (cerca de 29 A.C.) em honra de Roma e Augusto. Essa e outras honras posteriores, além de sua posição anterior de capital, indica que era a capital administrativa da província, embora Éfeso ou
Esmirna tenham sido a primeira cidade do ponto de vista comercial. Como tal, era o centro da religião oficial, e a sede da autoridade e da justiça imperial na província. Era, igualmente, centro dos maiores cultos pagãos, de Zeus, Atena, Dionísio e Asclépio. Uma cidade pequena (Bergama) continua existindo na planície abaixo do local da antiga cidade.
Nas cartas às 'sete igrejas da Ásia', Pérgamo figura em terceiro lugar (Ap 1:11). Isso é apropriado se a ordem for considerada como geográfica: começando pelo grande porto de Éfeso, a lista segue a estrada costeira para o norte atravessando Esmirna até Pérgamo, e daí se volta para o suleste ao longo de outra importante estrada para incluir Tiatira, Sardis e Filadélfia e terminar em Laodicéia, que fica na grande estrada principal que volta diretamente para Éfeso. Pérgamo aparece no Apocalipse como lugar onde 'está o trono de Satanás' (Ap 2:13). Isto dificilmente pode referir-se aos cultos pagãos
- embora que talvez haja relações com os mesmos na 'doutrina de Balaão' (vers. 14). - pois tais cultos eram igualmente intensos noutras cidades da província. Mas muito mais provavelmente faz alusão à posição oficial de Pérgamo como o centro da religião imperial. Pérgamo era considerada como a sede do poder do mal, porque, no culto imperial o poder dado por Deus pertencente ao estado havia sido empregado na adoração blasfema de um homem. A adoração do imperador fora transformada na pedra de toque da lealdade cívica, pelo que o crente fiel, ainda que leal em extremo à autoridade secular do estado, era estigmatizado de traidor. Antipas (vers. 13) é provavelmente citado como representativo (talvez o primeiro) daqueles que foram levados a Pérgamo como suspeitos e ali executados por se terem recusado a adorar ao imperador.
Em vista dessa perversão da autoridade divina dada ao estado, o Cristo é descrito como o real e final possuidor dessa autoridade, o que é simbolizado pela espada afiada de dois gumes (vers. 12). O significado da 'pedrinha branca' (vers. 17), é incerto, um pequeno cubo, tessara hospitalis, da espécie frequentemente usada como ingresso, está em vista, e talvez simbolize a aliança permanente e individual entre Cristo e o crente fiel.
Vd W. M. Rawsay, The Letters to the Seven Churches of Asia, 1940, capítulos xxi, xxii.
M.J.S.R.
O Novo Dicionário da Bíblia - J. D. Douglas.
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