Uma estrela ascendente no cenário da música cristã americana está chamando a atenção pública com uma nova identidade, após uma ausência misteriosa de sete anos. Jennifer Knapp não apenas está lançando um novo álbum como está "saindo do armário", termo que a cantora e compositora indicada ao Grammy considera "muito bizarro" neste momento em que ela relança sua carreira musical, com certo nervosismo.
A cantora de 36 anos, natural do Kansas e que saía com homens em sua época de faculdade, está preparada para uma reação negativa por parte de fãs religiosos que, ao longo dos anos, sempre fizeram questão de desmentir rumores sobre sua sexualidade. Mas ela reage às provocações com bom humor. "Ando ganhando muito mais piscadelas de garotas (em seus concertos) do que no passado!", disse à Reuters.
Não há registros de outra cantora tão famosa quanto Jennifer no gênero da música cristã que seja abertamente homossexual. No passado, a indústria musical cristã desaprovava os artistas que se desviavam do padrão. Rádios e lojas no varejo se apressaram a abandonar Sandi Patty e Michael English nos anos 1990, quando ambos admitiram terem tido casos extraconjugais (separados). Amy Grant também foi parar na lista negra quando se divorciou, mais tarde na mesma década. Todos foram perdoados desde então, em maior ou menor grau.
Por isso, Jennifer Knapp está adotando uma postura preventiva. Ela gravou um álbum para o grande público e não está tentando promovê-lo especificamente junto a rádios e varejistas cristãos. "Eu acharia uma falta de respeito dizer 'ei, isto é algo que você vai querer colocar na sua loja ao lado da estatueta de Jesus'", disse ela. "Seria falsa ingenuidade tentar convencer alguém de que precisa fazer isso."
Mesmo assim, Knapp se considera "uma pessoa de fé" e rejeita a sugestão de que esteja dando as costas à igreja, acusação que prejudicou artistas como Sam Cooke e Aretha Franklin quando eles deixaram o gospel para trás para buscar o estrelato pop.
Como artista para o grande público que quer se promover no nicho de álbuns adultos alternativos - ao lado de gente como o U2 e a também lésbica Melissa Etheridge -, foi sugerido a Jennifer que, depois de "renascer em Cristo", ela tenha renascido mais uma vez. "Talvez eu devesse ter dado esse título ao álbum", disse ela, que acabou optoando por "Letting go". O álbum será lançado em 11 de maio através da distribuidora independente RED, pertencente à Sony Music. Será seu quarto álbum, e o primeiro desde "The Way I Am", de 2001, que recebeu uma indicação ao Grammy de melhor álbum de rock gospel. Leia +.
fonte O Globo
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