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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Al Pacino, a vaidade dos homens e a garota da UNIBAN



Danilo Fernandes

Todo mundo já censurou a atitude dos estudantes da UNIBAN e eu faço coro. Portanto, não vou tratar deste aspecto do episódio. Mas de outros dois, que surgiram nesta torrente de imbecilidades desencadeadas pelo primeiro aluno entediado que decidiu se divertir dando uma dura na moça de sai curta...

Ontem, antes do apagão assisti a duas reportagens de TV que me deixaram embasbacado.

Na primeira matéria, um grupo de estudantes daquela “escola de intolerância” reclamava aos repórteres do SBT acerca da injustiça que vinha sendo cometida pela imprensa contra eles (estudantes) que agora eram alvo de chacota generalizada e ainda tinham sofrido enorme prejuízo pessoal pela perda da credibilidade da “marca” de seu diploma, além do estigma. Comentários em destaque dos alunos entrevistados na matéria: “é injusto milhares pagarem pelo erro de uma pessoa”; “sofreremos preconceito”; “o episódio foi mal explicado”; “a moça é também responsável por suas atitudes morais”. Nenhum pedido de desculpas, ou sinal de arrependimento. Mesmo que os entrevistados não tenham participado pessoalmente do episódio (a reportagem não indica nem que sim e nem que não), a nenhum entrevistado ocorreu começar a sua “lamuria” com algo do tipo: “realmente foi um erro dos presentes, contudo...”. Nada. Nenhum sinal de mea culpa. Apenas mais uma demonstração de egocentrismo extremo.

No outro episódio, o reitor (?) da UNIBAN informa que o conselho (?) da universidade (?) decidira voltar atrás acerca da expulsão da aluna da mini saia, mas deixava claro que não admitia ter errado na decisão anterior pela expulsão. Isto num tom visivelmente irritado e contrariado, de quem fazia o que fazia – revogar a decisão – contra todas as suas crenças e desejos. E ainda disse: “Se revogar a decisão de expulsar a aluna for admitir que erramos anteriormente ao termos feito isto com base numa avaliação moral, então preferimos não revogar a decisão. Mas se a revogação da decisão pela expulsão foi fruto de uma análise por outra visão do problema, muito que bem.”


Ou seja, não admitem o erro de forma alguma! Preferem o linchamento público a terem que admitir o erro!

E ainda há quem pergunte de onde vem o exemplo do proceder dos alunos de tão nefasta instituição?

Não há pecado pior do que outro, assim afirma certa doutrina. Não é o caso discutir isto agora, até porque vou apelar para a ficção para ilustrar a minha indignação. E foi dela (ficção), a imagem que acendeu em minha mente e não se apagou, mesmo depois de horas de escuridão total, devida ao grande apagão de ontem. A cena final do filme “Advogado do Diabo”. Al Pacino, interpretando o diabo, diz em conclusão a todos os acontecimentos do filme: “Vaidade: Meu pecado favorito.”


Se a intolerância de milhares não foi suficiente para levar uma universidade para o ralo, a vaidade de um único homem fará o serviço.

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