1. Esboço do Conteúdo
a) Acontecimentos depois da morte de Josué (1:1 - 2:5)
Durante alguns poucos anos as tribos de Judá e Simeão avançaram zelosamente para o sul, a fim de conquistar Bezeque, Jerusalém (não conseguindo, 1:21), Hebrom e Debir (re-ocupada desde sua devastação, conforme historiado em Js 10:36,39), Hormá, e três das cidades dos filisteus (não conquistadas, Jz 1:19). As tribos de José, semelhantemente, capturaram Betel (1:22-26), que se havia revoltado (cf. Js 8:17; 12:9). Mas em seguida veio o fracasso: Israel cessou de expelir os cananeus, nenhuma outra cidade foi conquistada (Jz 1:27-36), e a tribo de Dã em realidade sofreu perdas dentro do território que lhe foi dado por partilha (1:34). Tal tolerância ao mall precisava do prolongado período de castigo que se seguiu (2:1-5).
b) História de Israel sob os juízes (2:6 - 16:31)
A compreensão profética do escritor sobre a história (2:6 - 3:6). O seu princípio básico é o da divina retribuição: que Deus, em Sua providência, galardoa a nação em correspondência direta com a fidelidade de seu povo. Mas o povo de Israel sofria debaixo da tentação constante de adotar os ritos de fertilidade de seus vizinhos cananeus, juntamente com seus métodos confessadamente superiores de agricultura e padrões de cultura. Yahweh havia realmente guiado Israel no deserto, mas Baal parecia melhor habilitado para fazer as colheitas serem produzidas abundantemente pela terra! O livro de Juízes, dessa maneira, exibe um ciclo repetido de pecado (adoração a Baal), de servidão (a agressores estrangeiros), de súplica (pela misericórdia de Deus, para conseguirem alívio), e de salvação (mediante juízes divinamente levantados).
2. Ensino
Pelos princípios apresentados em Jz 2:6 - 3:6, e pelos concretos exemplos históricos fornecidos pelo restante do livro, seu ensino pode ser sumarizado como segue:
a) A indignação de Deus contra o pecado (2:11,14). Até mesmo de um ponto de vista pragmático torna-se claro que a esperança de sobrevivência de Israel dependia de sua unidade inter-tribal; no entanto tal esforço cooperativo só se originava de uma dedicação comum a seu Deus (cf. 5:8, 9, 16-18). A perda da fé significava sua extinção.
b) A misericórdia de Deus em vista do arrependimento (2:16). Até mesmo a opressão estrangeira servia como um meio para a graça divina, para a edificação de Israel (3:1-4).
c) A total depravação do homem. Pois, depois de cada livramento, "falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindo-os, e adorando-os eles" (2:19). A sociedade individualista havia demonstrado seu inerente caráter inadequado, pois o homem, deixado sozinho, inevitavelmente faz o mal (17:6). Israel precisava de um rei, embora, realmente, só um rei que realizasse a vontade total de Deus (cf. 8:23; 9:5,56). O autor do livro de Juízes foi, portanto, um dos primeiros historiadores da civilização no verdadeiro sentido da palavra, não simplesmente a registrar acontecimentos, mas também a interpretar os fatos à base de uma explícita filosofia histórica. Quanto à validade permanente de sua filosofia deuteronômica de retribuição, precisamos admitir que naqueles primeiros dias, quando a revelação era mais limitada, a providência operava mais obviamente do que em nossos dias. Mas os seus princípios básicos permanecem eternamente sãos: A nação pecaminosa será punida, a arrependida será salva, e todos os sistemas centralizados no homem estão destinados a falhar finalmente. A única esperança válida da história repousa na vinda de Cristo, o Rei.
(O Novo Dicionário da Bíblia - J.D. Douglas)
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