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terça-feira, 19 de maio de 2009

Rei Saul

Primeiro Rei de Israel, filho de Quis, da tribo de Benjamim. A história de Saul ocupa a maior parte do livro de 1 Samuel (capitulos 9 - 31), e apresenta um dos mais patéticos de todos os servos escolhidos por Deus.

Mais alto que seus compatriotas dos ombros para cima, homem cuja coragem pessoal estava à altura de seu físico, majestático para seus amigos e generoso para com seus adversários, Saul foi o homem escolhido por Deus para instituir a monarquia, para representar em si mesmo o governo real de Yahweh sobre o Seu povo. Não obstante, por três vezes é declarado que ele se desqualificou da tarefa de que havia sido incumbido, e até mesmo nessa nomeação há certa indicação sobre o caráter desse homem que Deus, em Sua soberania, escolheu para rei.

Sob a pressão da vassalagem aos filisteus, os israelitas chegaram ao ponto de pensar que somente um líder-guerreiro visível poderia lhes dar livramento. Rejeitando a liderança espiritual de Yahweh, mediada pelo ministério profético de Samuel, exigiram um rei (1 Sm 8). Depois de advertí-los dos males de tal governo - um aviso que não quiseram ouvir - Samuel foi instruído por Deus a conceder ao povo o seu desejo, e foi orientado para que escolhesse a Saul a quem ungiu secretamente na terra de Zufe (1 Sm 10:1), confirmando posteriormente a escolha mediante uma cerimônia pública, em Mispa (10:17-25). Quase imediatamente Saul teve a oportunidade de mostrar sua tarimba. Naás, o amonita, cercou Jabes de Gileade e ofereceu cruéis condições de rendição aos seus habitantes, os quais apelaram pela ajuda de Saul, o qual estava do outro lado do Jordão. Saul reuniu o povo por meio de uma típica lição objetiva de sua raça e época, e com o exército assim convocado, conquistou uma grande vitória (11:1-11). Temos uma evidência de seus melhore instintos no fato que nessa ocasião recusou a aquiescer ao desejo de seus seguidores de que fosse punidos aqueles que haviam recusado prestar-lhe voluntariamente homenagem (10:27; 11:12,13).


Depois disso, uma cerimônia religiosa em Gilgal confirmou a nomeação de Saul como rei, que obviamente recebera aprovação divina por ocasião da derrota dos amonitas. Com uma exortação de despedida ao povo, para que fosse assíduo em sua obediência a Deus, o que foi seguido por um sinal miraculoso, Samuel deixou nas mãos do novo rei o governo de sua nação. Somente por três ocasiões desde então e uma delas postumamente, é que o antigo profeta haveria de sair do segundo plano. E de cada vez fê-lo para exprobar Saul por haver desobedecido às condições de sua nomeação, condições essas que envolviam total obediência ao menor mandato de Deus. A primeira ocasião foi quando Saul, levado pela impaciência, arrogou-se o ofício sacerdotal, tendo oferecido sacrifício em Gilgal (13:7-10). Por causa desse sacrilégio foi rejeitado como rei segundo a profecia de Samuel, e Saul recebeu a primeira indicaçãode que já havia, na mente de Deus, um "homem segundo o seu coração", a quem o Senhor selecionara a fim de substituí-lo.


A segunda ocasião foi quando a desobediência de Saul impeliu o profeta a proferir sua bem conhecida frase "Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros" (15:22). Novamente, o fato que Saul foi rejeitado como governante de Israel, é declarado e simbolicamente demonstrado, e Samuel cortou todo contato com o monarca caído. Foi da sepultura que Samuel emergiu para repreender a Saul pela terceira e última vez, e quaisquer que sejam os problemas levantados pela história de feiticeira de En-Dor (capítulo 28), o que é claro é que Deus permitiu essa entrevista sobrenatural com o infeliz rei a fim de encher a taça de iniquidade de Saul e de predizer sua condenação iminente.


Quanto ao longo conflito entre Saul e Davi, é significativo que quando a unção pública de Davi foi efetuada em Belém, Samuel rejeitou a Eliabe, o mais viril dos irmãos de Davi, e foi advertido contra a suposição que os poderes natural e espiritual necessariamente andam juntos (16:7).


Saul é uma lição objetiva sobre a diferença essencial que existe entre o homem carnal e o homem espiritual, pois seu homônimo do Novo Testamento haveria de fazer a distinção entre os dois (1 Co 3, etc.). Vivendo uma dispensação na qual o Espírito Santo descia sobre os homens com um propósito e um tempo especiais, ao invés de habitar permanentemente nos filhos de Deus, Saul era peculiarmente susceptível a períodos de mau humor e incerteza. Não obstante, sua desobediência é sem desculpa, pois tal como nós, ele tinha acesso à Palavra de Deus, conforme a mesma era então ministrada a ele por intermédio de Samuel.


Sua queda foi ainda mais trágica pelo fato de ser ele uma personagem pública e representativa entre o povo de Deus.


Fonte: O Novo Dicionário da Bíblia - J. D. Douglas

3 comentários:

Eliane Beltrão disse...

Gostei mto do seu texto, mas discordo com vc qdo diz q Deus permitiu q Samuel surgisse dentre os mortos p falar com Saul.Deus abomina tal consulta e Saul qdo obediente tbem rejeitara isso. O q houve foi uma manifestação diabolica em que Saul entendeu q era Samuel, ele n tinha discernimento do q era de Deus ou n.Enfim só uma opinião ou melhor uma interpretação diferenciada da sua. Abraço.

Luciano Ferrari disse...

Concordo com você Eliane. Na realidade o texto da forma que está escrito gera erro de interpretação. Entretanto sua observação é 100% acertada. Obrigado pelo comentário. Apenas gostaria de esclarecer que tive a mesma interpretação que a sua mas a origem da informação (O Novo Dicionario da Bíblia) gera esse erro de interpretação.
Mais uma vez, muito obrigado!

Anônimo disse...

Amigo, vc está certissimo! As velhas estaradas continuam sendo praticadas, o desconhecimetno da verdade gera duvidas nos corações atrasados por falta de contato com a verdadeira ciência.
O homem que desconhece a si mesmo não acredita na existência de um Deus espiritual. Pois Deus é espiritual e não carnal. Como podem adorar a ele sem o conhecer, falam em seu nome e nem sabe quem é, o que é e como ele é.
A ignorância atrapalha a evolução!